Evento debate a literatura escrita por migrantes árabes no Brasil

Entre os mais de 150 mil árabes que migraram para o Brasil a partir de 1870, vieram jornalistas e escritores. Radicados em cidades como São Paulo e o Rio, eles escreveram em sua língua nativa — gerando uma produção cultural que poucas vezes é celebrada. O Brasil era inclusive, nas primeiras décadas do século 20, um dos centros intelectuais do mundo árabe. Entre 1880 e 1929, havia 95 jornais e revistas em árabe no Brasil. Em comparação, havia 82 publicações na Palestina durante o mesmo período. Até 1944, essa comunidade já havia publicado ao menos 156 livros em língua árabe, somando ao menos 200 mil cópias.

Essa história vai ser celebrada nesta sexta-feira (23) às 17h em um evento organizado pela Editora Tabla. O bate-papo vai contar com diversos especialistas. Por exemplo, a historiadora Heloisa Abreu Dib, que coordena um projeto de digitalização de documentos da comunidade sírio-libanesa no Brasil. Participará também Alberto Sismondini, da Universidade de Coimbra, que estuda a literatura brasileira de origem árabe. Estarão na mesa, também, a pesquisadora e jornalista Christina Queiroz e o professor da USP Michel Sleiman.

Gratuito, o evento será transmitido pelo YouTube e pelo Facebook da editora e poderá ser visto depois. Fundada em 2020, a Tabla tem como um de seus enfoques a tradução da literatura árabe para o português.