Câmara de comércio faz live sobre a influência árabe na MPB

A Câmara de Comércio Árabe Brasileira realiza nesta quinta-feira (26) uma live sobre a influência árabe na música brasileira. Segundo a Agência de Notícias Brasil-Árabe, o evento contará com a participação do músico Valtinho Cayuella, que interpretará canções da MPB como “O Bêbado e o Equilibrista” e marchinhas de Carnaval como “Alalaô”.

O evento ocorre em parceria com a embaixada do Brasil no Líbano e o Centro Cultural Brasil-Líbano. A live será transmitida em inglês às 14h do horário de Brasília pela página do Centro Cultural Brasil-Líbano.

A apresentação será de Silvia Antibas, diretora cultural da Câmara Árabe e pesquisadora da migração sírio-libanesa para o Brasil. Como este Orientalíssimo blog noticiou em maio deste ano, Antibas recebeu o Prêmio Unesco Sharjah de Cultura Árabe. Ela falará, segundo a agência de notícias, sobre a chegada de canções e orações em árabe com os povos da península Ibérica e os escravos muçulmanos que foram trazidos à força da África. Antibas também explicará qual foi a contribuição dos migrantes sírios e libaneses que deixaram o Império Otomano a partir do final do século 19 e rumaram para o Brasil.

Diversos dos migrantes sírios e libaneses e seus descendentes, aliás, participaram diretamente da produção musical no Brasil. Um dos pioneiros foi Nagib Hankach, que migrou da cidade libanesa de Zahle em 1922 e viveu no Brasil por décadas antes de retornar a sua terra natal. Quando voltou ao Líbano, foi um dos responsáveis pela eclosão do que foi chamado de Era de Ouro da canção libanesa. Na diáspora, Hankach cantava, por exemplo, em clubes sociais árabes. É famosa, em especial, sua canção satírica Kossat Machaal El Kache, sobre um mascate em busca de uma mulher. Entre os descendentes, há nomes como o de Fagner e de Ricardo Feghali, da banda Roupa Nova — de que fez parte sua irmã, a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ). Ricardo e Jandira são sobrinhos de Sabah, uma das divas da música libanesa.