Show com Fagner e Fernanda Montenegro coleta fundos para Beirute
Artistas brasileiros e libaneses cantam, neste domingo (20), em um espetáculo para angariar fundos para as vítimas do desastre que recentemente atingiu Beirute. A cidade mediterrânea foi devastada, em 4 de agosto, por uma explosão que deixou ao menos 200 mortos.
O programa “Abraço em Beirute” inclui, entre outros, os brasileiros Lenine, Fagner, Frejat e Claudia Leitte e a libanesa Jahida Wehbe — que vai cantar uma versão em árabe e português do “Samba em Prelúdio” de Vinicius de Moraes e Baden Powell. Artistas como Fernanda Montenegro, Drica Morais e Maria Alice Mansur vão ler trechos dos escritos do libanês Gibran Khalil Gibran, o autor de “O Profeta”.
Segundo a Anba (Agência de Notícias Brasil – Árabe), as apresentações foram gravadas individualmente, com arranjos do maestro brasileiro de origem libanesa Tim Rescala, e serão somadas ao som da Orquestra Sinfônica de Beirute, com regência de Harout Fazlian. A direção artística do show é de Rescala e do músico brasileiro Ricardo Feghali, irmão da parlamentar Jandira Feghali. Ricardo e Jandira, aliás, são sobrinhos da famosíssima diva libanesa Sabah, morta em 2014.
A TV Cultura faz a transmissão às 15h de Brasília. No Líbano, o show vai ao ar pela emissora LBCI às 21h de Beirute. O evento tem apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, da Câmara de Comércio Líbano-Brasileira do Rio de Janeiro, da Liga Libanesa, e da Federação das Entidades Libanês-Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro. As doações serão recolhidas durante o show. Os espectadores terão que escanear um código QR na tela da TV usando a câmera de seus celulares.
O show é uma iniciativa do Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro. O cônsul Alejandro Bitar disse em entrevista à Anba que ele começou a organizar o evento uma semana depois da explosão. Ele disse também que os artistas brasileiros não cobraram por suas performances. “Eu sei que o Brasil vive uma situação difícil também, mas o Brasil é um país grande, com muitos recursos naturais e capacidade, e o Líbano precisa de ajuda”, Bitar afirmou à agência.
O Brasil e o Líbano têm laços estreitos desde que, no final do século 19, libaneses começaram a chegar ao porto de Santos, vindos do que era então o Império Otomano. Historiadores estimam que cerca de 150 mil pessoas fizeram esse percurso, dando origem a uma importante comunidade libanesa — possivelmente a mais numerosa do mundo. Libaneses e seus descendentes tiveram destaque no Brasil em ramos como a literatura, caso de Milton Hatoum e Raduan Nassar, e também a política, caso de Michel Temer, Paulo Maluf e Fernando Haddad.