No Reino Unido, homem cozinha com receita babilônica de 4.000 anos

Cordeiro, cevada, alho poró, coentro. Os ingredientes são quase corriqueiros, mas a refeição que William Sutherland cozinhou no domingo (28) é excepcional — e antiquíssima. Ele seguiu uma receita de 1750 a.C, da Antiga Babilônia. O texto, talhado em uma tabuleta, tem quase 4.000 anos. É uma das receitas mais antigas do mundo.

Sutherland, um biólogo britânico, encontrou os textos babilônicos no livro “Anciente Mesopotamia Speaks” (A Antiga Mesopotâmia fala), editado por Agnete Lassen, Eckart Frahm e Klaus Wagensonner. Ele compartilhou seus experimentos na rede social Twitter, onde reproduziu as receitas e publicou as fotografias dos seus pratos.

As tabuletas com texto cuneiforme não têm instruções claras nem quantidades. Sutherland precisou, assim, improvisar na cozinha. O biólogo também decidiu substituir alguns ingredientes. Em vez de sangue de ovelha, colocou molho de tomate. Alguns dos pratos, ele diz, não ficaram assim tão deliciosos. Foi o ensopado de cordeiro que deu mais certo — foi “fácil” e ficou “delicioso”, nas palavras do mestre-cuca.

As aventuras culinárias de Sutherland se parecem com as do americano Samuel Blackley, que assou um pão no ano passado usando uma levedura do Antigo Egípcio. Com a ajuda da arqueóloga Serena Love, da Universidade Queensland, ele extraiu um fermento adormecido em uma cerâmica egípcia e o usou para cozinhar.

Veja abaixo o tuíte de Sutherland. “Culpo a quarentena, mas por algum motivo decidi fazer uma receita babilônica a partir da tabuleta à direita”, o texto diz. “Foi a melhor refeição babilônica que já comi.”