Escola de samba paulista fará homenagem a migrantes libaneses
A escola de samba paulista Império de Casa Verde vai homenagear no próximo Carnaval a comunidade libanesa radicada no Brasil. Em seu desfile, programado para 21 de fevereiro, o grupo apresentará o enredo “Marhaba Lubnan”. “Olá, Líbano”, em português. O samba-enredo apresentará o país e a história das civilizações que passaram por ali.
O tema já tinha sido anunciado em junho, como reportou àquela época a agência de notícias Anba. O carnavalesco da Casa Verde Flávio Campello passou uma semana no Líbano para estudar o país. O enredo foi oficializado no último dia 22 no Clube Atlético Monte Líbano, em uma festa que misturou música árabe com passistas brasileiros, em um prenúncio do que a escola fará no sambódromo do Anhembi. A escola cogita crair uma ala só para descendentes de libaneses desfilarem.
O samba-enredo ainda não foi decidido. Há cinco semifinalistas concorrendo — é possível ouvir as canções deles no site da escola. Uma das opções diz, por exemplo: “Toca cavaco, alaúde e pandeiro / põe mezze no dendê / a bateria faz pulsar o coração / e o derbak a nossa união”. Outro concorrente canta: “Fenícios em busca do Eldorado / Ao vento vai o meu destino / Que a graça dos deuses conduza o caminho”. A decisão final sobre a canção deve ser tomada durante setembro.
Libaneses migraram em massa no fim do século 19, deixando para trás as crises políticas e econômicas do que era então o antigo Império Otomano. O Brasil recebeu a maior parte daquelas pessoas, que formaram uma diversa comunidade. Libaneses se espalharam por todo o país, com concentrações particularmente importantes em São Paulo e no Rio de Janeiro. Hoje, o governo brasileiro diz que abriga entre 7 milhões e 10 milhões de libaneses e descendentes — estudos recentes sugerem, no entanto, que a cifra é bastante menor, de 3 milhões.