Nascido em São Paulo, ministro libanês visita o Brasil para fomentar comércio

Hassan Abd al-Rahim Mourad, ministro do Comércio Exterior do Líbano, visita o Brasil nesta semana. Nascido em São Paulo, Mourad tem um interesse em particular pelo país. Portanto, sua agenda inclui a tentativa de fomentar uma troca comercial mais vistosa — uma tarefa delicada, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se afasta do mundo de cultura árabe e se aproxima de Israel, rival do Líbano.

Desde seu desembarque no domingo (28), Mourad visitou o evento Expofood, no Rio de Janeiro, e se reuniu com membros da comunidade libanesa. Ele deve se encontrar com o embaixador libanês, Joseph Sayah, e com um representante da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Há também uma reunião prevista com o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, e com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O pai de Paulo Skaf, Antoine, migrou da cidade libanesa Zahle nos anos 1930.

Mourad nasceu em São Paulo em 1976. Ele é filho de Abd al-Rahim Mourad, que vivia àqueles anos no Brasil. Seu pai atua como deputado no Líbano desde os anos 1990 e serviu, também, como ministro da Educação. A família conta, ademais, com um outro político: o brasileiro Said Mourad, que foi deputado na Assembleia Municipal de São Paulo nos anos 2000, um dos raríssimos de origem muçulmana no país.

O governo brasileiro estima que há entre 7 milhões e 10 milhões de libaneses, incluindo descendentes, no Brasil. Isso inclui figuras de preso na política, como o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Fernando Haddad. Há também inúmeros “patrícios” — como eles se chamam — em diferentes áreas, como a literatura (Milton Hatoum), a medicina (Roberto Kalil) e o direito (Carlos Alberto Dabus Maluf).