Desafiando maldição, arqueólogos abrem sarcófago negro no Egito

Quando arqueólogos egípcios encontraram um sarcófago negro de 27 toneladas fechado há 2.000 anos, os usuários da rede social Twitter foram velozes em implorar: NÃO ABRAM. Parecia mesmo o início de um desses filmes em que uma maldição é por fim libertada depois de séculos selada. “Não aprendemos nada?”, diversos deles perguntaram.

Mas a caixa foi por fim aberta na quinta-feira (19) e, por enquanto, não ressuscitou um faraó de nome impronunciável nem espalhou pragas bíblicas sob a terra. Segundo o jornal britânico Guardian, o sarcófago de granito negro continha três múmias em decomposição devido a uma infiltração de um líquido escarlate — provavelmente esgoto.

Sarcófago é retirado de debaixo da terra em Alexandria. Crédito Reuters

Esse túmulo do Período Ptolemaico (323 a.C – 30 a.C) foi encontrado cinco metros abaixo da superfície em uma obra em Alexandria. Não foi aberto de imediato porque apenas sua tampa, intacta desde a Antiguidade, pesa 15 toneladas. As dimensões do sarcófago, conta o diário, levaram a especulações sobre a possibilidade de que uma grande figura histórica estivesse dentro dele. Foi sugerido que pudesse ser mesmo Alexandre, o Grande, ainda desaparecido dos cemitérios.

As múmias foram levadas ao Museu Nacional de Alexandria, nessa cidade no norte do país. Ainda é necessário estudá-las para determinar sua origem, mas por ora os arqueólogos supõem que sejam três soldados. O crânio de um deles estava perfurado por uma flecha.

Múmias em decomposição dentro do sarcófago negro. Crédito Reuters

“Abrimos o sarcófago e, graças a Deus, o mundo não foi tomado pela escuridão”, Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades, disse a jornalistas. “Fui o primeiro a colocar a cabeça dentro do sarcófago e aqui estou diante de vocês. Eu estou bem!”