Milícia libanesa Hizbullah lança realista videogame de tiro
A milícia libanesa Hizbullah entrega agora um fuzil nas mãos de todo o mundo que queira pagar R$ 20. A arma é virtual, no entanto: esse grupo, considerado uma organização terrorista pelo governo americano, lançou um realista jogo de tiro em que simula suas batalhas na Síria contra a facção radical Estado Islâmico. O game segue o formato de clássicos do gênero como “Call of Duty” e “Counter Strike”.
“Defesa Sagrada – Protegendo a Terra e os Locais Santos” é o terceiro jogo já produzido pelo Hizbullah. A qualidade é inferior à da produção dos gigantes dessa indústria multimilionária, mas surpreende ao vir desse grupo. A milícia, formada nos anos 1980 e apoiada pelo Irã, está atualmente em guerra na Síria, onde sua intervenção a partir de 2013 garantiu a sobrevivência do regime do ditador Bashar al-Assad.
“Defesa Sagrada” foi anunciado em uma coletiva de imprensa em Beirute como “reflexo da experiência do Hizbullah na Síria”, segundo disse um de seus criadores durante o evento. As primeiras cenas levam o jogador ao santuário de Sayyidah Zeinab, um dos mais sagrados ao islã xiita — ramo minoritário seguido por essa milícia libanesa.
“A ideia tomou forma a partir de eventos reais”, disse Hassan Allam à agência de notícias AFP. O intuito é que jogadores entendam melhor “o que realmente aconteceu e que os soldados que fizeram sacrifícios estavam fazendo”, afirmou. A milícia perdeu centenas de membros no país, pelo que foi duramente criticada. Além da batalha no santuário, o game recria os episódios em Qusair e Ras Baalbek, que a um alto custo foram fundamentais para interromper os avanços do Estado Islâmico.
Segundo o site oficial do game:
Não é um mero jogo, mas uma simulação com o intuito de documentar um estágio da sagrada defesa enfrentando os terroristas e o projeto americano-sionista. É uma ferramenta para confrontar a cultura selvagem que invade nossos mercados em videogames desprovidos de sentimento.