#mosquemetoo: 7 relatos de mulheres que sofreram abuso sexual em Meca

Diogo Bercito

A Folha publicou na terça-feira (20) minha reportagem sobre as recentes denúncias de abuso sexual durante a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita. As histórias surpreenderam por ter rompido um tabu: Meca é considerada a cidade mais sagrada do islã, e por décadas mulheres se calaram sobre esses episódios, em parte por pressão da própria comunidade. Nas palavras da ativista egípcia Mona Eltahawy, ao jornal americano “Washington Post”:  “Preferiam que me calasse para que os muçulmanos não ficassem com uma imagem ruim”.

Eltahawy foi uma das impulsionadoras do movimento #mosquemetoo, que adiciona a palavra “mesquita” ao mote #metoo (eu também, em inglês). Com essa etiqueta, mulheres discutiram suas experiências nas redes sociais. Este Orientalíssimo blog compila sete dessas histórias:

1. A ativista Eltahawy sofreu assédio duas vezes durante a peregrinação em 1982, quando tinha 15 anos. A história está em seu livro “Lenços e Himens: Por Que o Oriente Médio Precisa de Uma Revolução Sexual”.

2. Alyaa Gad relata, em seu tuíte, como sua mãe testemunhou “as piores experiências de assédio” durante a peregrinação a Meca.

3. Sabrina diz que, aos 10 anos, um homem lhe agarrou pelo braço enquanto estava em uma loja. Anos depois, foi assediada outra vez — e ela sentiu que tivesse culpa, por não estar totalmente coberta.

4. Aisha tinha 17 anos quando um homem tocou suas costas insistentemente. Ela participava do ritual de circundar a pedra negra de Meca, um momento religioso. Depois disso, jamais retornou.

5. Esta mulher diz que por anos quis falar sobre sua experiência. “Meu cérebro de dez anos de idade não conseguia entender o ocorrido.”

6. Khadija conta que foi assediada duas vezes em sequência em táxis de Meca. O segundo deles lhe mostrou o pênis durante a corrida.

7. Ao sentir o toque, Asma olhou para trás e viu um xeque. “Por um segundo fiquei confusa, não podia acreditar que fosse aquilo.”