Cia aérea jordaniana usa veto de Trump como propaganda: voem enquanto podem

O presidente americano, Donald Trump, está com alguma dificuldade em implementar seu veto à entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. A medida foi interrompida por uma liminar e segue em uma batalha jurídica que, segundo Salem Nasser, “vai ajudar a definir a cara dos EUA”.

A bem-humorada companhia aérea Royal Jordanian aproveita o intervalo, enquanto a questão é decidida, para fazer um apelo a seus clientes: voem agora enquanto ainda podem. Afinal, cidadãos de Síria, Iraque, Iêmen, Líbia, Sudão, Somália e Irã serão barrados nos EUA — mesmo com vistos já aprovados — caso o presidente republicano vença a disputa.

A propaganda divulgada pela conta da Royal Jordanian na rede social Twitter oferece descontos nas viagens aos EUA e transforma a palavra “ban” (veto) na frase “bon voyage” (boa viagem). A brincadeira foi notícia em veículos como a rede americana CNN.

A Royal Jordanian já havia feito troça com o veto de Trump antes mesmo de sua eleição. Durante a campanha do republicano, a companhia aérea sugeriu que clientes comprassem as passagens por via das dúvidas, “no caso de que ele vença”. As promessas do então candidato eram bastante agressivas à população muçulmana e, apesar de ter havido dúvidas sobre suas intenções, Trump já defendia impedir a entrada de muçulmanos nos EUA.

O blog libanês Baladi, noticiando a propaganda da Royal Jordanian, lembra seus leitores de que outra companhia árabe divertiu-se às custas da eleição de Trump. Um anúncio de castanhas publicado no dia da posse do republicano, no jornal libanês “Daily Star”, dizia: “the world has gone nuts”.  A palavra “nuts” (noz) em inglês, neste contexto, significa enlouquecer.

"O mundo enlouqueceu". Propaganda de castanhas em um jornal libanês. Crédito Reprodução/Blog Baladi
“O mundo enlouqueceu”. Propaganda de castanhas em um jornal libanês. Crédito Reprodução/Blog Baladi