Iraquianos são o povo mais generoso a estranhos, diz pesquisa
Iraquianos viveram anos extremos nesta última década. A invasão americana de 2003 ativou, por exemplo, uma cruenta disputa sectária. Bombas explodem até hoje com frequência em Bagdá, sua capital, e desde 2014 o país enfrenta a organização terrorista Estado Islâmico. Na semana passada o Exército iniciou uma ofensiva militar para retomar Mossul, sua segunda maior cidade, das garras dessa milícia.
Mas, apesar do duro histórico, o Iraque dá mostras de que resiste. Sua população foi eleita, em um ranking divulgado nesta semana, a mais generosa em relação a estranhos precisando de ajuda. O índice, criado em 2010, é compilado pela Charities Aid Foundation a partir de informações da empresa Gallup reunidas em 140 países.
Segundo a pesquisa, 81% dos iraquianos afirmaram ter ajudado alguém que não conheciam no mês anterior. E é significativo que os outros campeões da boa vontade também venham de países instáveis — a Líbia, em guerra civil, está na segunda posição. A Somália, em confronto há 25 anos, ficou em quarto lugar. O Brasil, por sua vez, está na 60ª posição, com 54% da população. O pior colocado é a China, com 24%.
“Eu acho que a lição aqui é de que as sociedades são incrivelmente resilientes e que desastres de larga escala costumam ativar uma resposta humanitária coletiva”, disse Adam Pickering, da Charities Aid Foundation, à agência de notícias Reuters.