Governo da Arábia Saudita tuíta fotos de traficantes escondendo álcool na cueca
A conta oficial da alfândega saudita tem publicado imagens que ridicularizam o contrabando de bebidas alcoólicas ao país. A Arábia Saudita é uma monarquia baseada em uma visão radical do islã em que o consumo de álcool é proibido. Em um dos tuítes, as autoridades locais expuseram um homem que havia tentado entrar no país escondendo garrafas de uísque na cueca.
O jornal americano “Washington Post” reuniu alguns dos tuítes mais memoráveis, relembrando que a posse de álcool na Arábia Saudita pode levar à prisão ou ao chicote.
جمرك جسر الملك فهد يُحبط محاولة تهريب كمية من الخمور مخبأة أسفل الثوب الذي يرتديه المهربhttps://t.co/9clje1YiRM pic.twitter.com/D0XDKbMTnm
— الجمارك السعودية (@KsaCustoms) 24 janeiro 2016
Outro caso publicado pela monarquia saudita é o do homem que tentou entrar no país com álcool escondido em uma calça aparentemente projetada para esse contrabando específico.
جمرك جسر الملك فهد يحبط محاولة تهريب 12 زجاجة خمر مخبأة أسفل الثوب الذي يرتديه المهرب http://t.co/fHdtyRdMwj pic.twitter.com/MIV1lxYVs3
— الجمارك السعودية (@KsaCustoms) 14 setembro 2015
Há também o caso, relatado pela imprensa saudita em novembro, de um carregamento de 48 mil latinhas de cerveja disfarçadas de Pepsi. O contrabando foi descoberto em uma fronteira terrestre e, à época, ridicularizado pela imprensa regional.
Constantemente se lembra que há alguma ironia na proibição ao consumo de álcool no islã. A palavra “álcool”, afinal, vem do árabe “al-kuhul”. Mas a etimologia, nesse caso, não conta a história toda. Al-kuhul se referia a substâncias porosas derivadas do mineral antimonita –utilizadas, por exemplo, na maquiagem. O termo foi adotado por outras línguas e passou, com o tempo, a referir-se ao etanol.
Além disso, as restrições ao consumo de álcool variam de acordo com a interpretação do islã e com cada indivíduo. Em países muçulmanos como Marrocos, por exemplo, é possível comprar bebidas alcoólicas em supermercados. Também se encontra álcool no Egito, no Líbano e na Síria, com diferentes graus de aceitação social.