Refugiado sírio quer abrir restaurante em São Paulo

Diogo Bercito
Quibes, esfihas e charutinhos de uva: pratos de Talal al-Tinawi.
Quibe, esfiha e charutinho de uva: alguns dos pratos de Talal al-Tinawi.

Refugiado da guerra civil síria, Talal al-Tinawi quer abrir um restaurante em São Paulo. Esse engenheiro mecânico, que escapou de Damasco com sua família e chegou ao Brasil em 2013, montou um projeto de financiamento coletivo para realizar a empreitada. As colaborações serão recompensadas pela cozinha –por exemplo, doadores de R$ 500 poderão montar uma festa para oito pessoas, por conta da casa.

Não conheço Talal e nunca provei sua comida. Mas conheço um pouco da Síria, onde estive algumas vezes, e da guerra que desmorona esse país desde março de 2011. A Unicef estima que 14 milhões de crianças da região sofrem por consequência dos conflitos ali e no Iraque. Dois milhões delas estão refugiadas no Oriente Médio e no norte da África.

O Brasil hoje lidera o acolhimento a refugiados sírios na América Latina, segundo a agência de refugiados da ONU. São mais de 1.600 cidadãos sírios reconhecidos no país como refugiados, o que faz deles o maior grupo de refugiados no Brasil, entre um total de 7.600. Em 2011, antes da guerra, havia 16 refugiados sírios no Brasil. O salto está relacionado á desburocratização dos vistos daqueles afetados pelo conflito, em 2013.

A maior parte dos refugiados sírios no Brasil está no sudeste, onde recebem o apoio de organizações como a ADUS e a IKMR. No caso dos muçulmanos, eles se reúnem em torno de mesquitas, unindo-se às comunidades locais. Há uma série de programas de ensino de português a refugiados, para quem estiver interessado em ajudar. Outra via é participar das aulas de árabe e de culinária dadas por refugiados.

Abaixo, com a palavra, Talal al-Tinawi.