O Game of Thrones do Oriente Médio
Começa neste domingo (12) a nova temporada de “Game of Thrones”, para a alegria de quem — como este Orientalíssimo blog — acompanha a série.
Os que assistem ao ao programa sabem que é mais sobre política do que sobre dragões (Pablo Iglesias, o líder do partido espanhol Podemos, escreveu um livro sobre isso). Portanto não há quase nada de fora da casinha nesta reportagem do jornal americano “Washington Post”, que imagina como seria o universo de “Game of Thrones” se fosse ambientado no Oriente Médio. A ideia partiu de um discurso do premiê israelense Binyamin Netanyahu, que afirmou em março no Congresso americano que extremistas e o Irã estão participando de um “jogo de tronos mortal”.
A lista completa comparando a série com o Oriente Médio está no “Washington Post”. Mas, para convencê-los a ler o texto original, abaixo estão algumas das sugestões do jornal americano. Mas antes, um aviso: há spoilers neste post, e a brincadeira só vai fazer sentido para quem leu os livros ou assistiu à série.
ARÁBIA SAUDITA: CASA DE LANNISTER
É o clã mais poderoso e rico de Westeros, com uma estrutura baseada na família. Sua mão pesada é sentida em todas as regiões, mesmo aquelas distantes de seu castelo. Escreve o “Washington Post”: “São criticados por alguns por ter um histórico de abuso e brutalidade, enquanto outros se ressentem de que seu poder tenha sido construído puramente sobre recursos naturais” (como o petróleo saudita).
LIBERAIS E DEMOCRATAS: CASA DE STARK
Os Stark tiveram seu momento de poder e influência, na primeira temporada da série, mas foram logo esmagados e espalhados pelo mundo. Da mesma maneira, liberais e democratas deixaram o Oriente Médio, após ondas de conservadorismo. “Se falava em primavera, mas, para os Stark, o inverno realmente veio”, segundo o jornal americano.
TURQUIA: CASA DE GREYJOY
Há muito tempo, os Greyjoy controlaram grande parte de Westeros –assim como o Império Otomano, que deu origem ao Estado turco contemporâneo. “Mas é história antiga para quase todo o resto do mundo”, segundo o “Washington Post”. Suas recentes tentativas de influenciar a região foram ingênuas e sua liderança se sente cercada por seus inimigos.
ISLAMITAS: WILDLINGS (SELVAGENS)
Eles se chamam de “povos livres”, “mas algumas das casas de nobres conspiraram para sufocá-los e construíram uma enorme muralha para mantê-los do lado de fora”, escreve o jornal americano, referindo-se aos esforços em isolar partidos islamitas dos processos políticos regionais. “Suas últimas tentativas de sair do frio foram recebidas com resistência.”
ESTADO ISLÂMICO: WHITE WALKERS (OS OUTROS)
“Há muito debate sobre de onde eles vieram e o que querem, mas todos concordam que são horríveis”. É a descrição dos monstros esbranquiçados de “Game of Thrones”, mas também se encaixa ao Estado Islâmico, que tomou territórios na Síria e no Iraque. “São surpreendentemente eficientes em suas táticas, e engolem novos recrutas em um ritmo assustador.”
CURDOS: NIGHT’S WATCH (PATRULHA DA NOITE)
O combate aos Outros é feito, em grande parte, pela Patrulha da Noite –como o Exército curdo, que tem lutado contra o Estado Islâmico no norte do Iraque. “Seus esforços de lobby na capital central trouxeram algum nível de apoio”, escreve o “Washington Post”.