As pirâmides “hipster” do Sudão
O canal árabe Al Jazeera publicou, durante esta Páscoa, uma interessante galeria em seu site: as pirâmides esquecidas do Sudão. As fotos, que reproduzo aqui em um exemplo para animá-los a visitar a reportagem original, mostram monumentos impressionantes como os de Gizé, nos arredores do Cairo, mas menos conhecidos e quase nunca visitados.
As pirâmides núbias de Meroé estão a 200 quilômetros de Cartum, capital sudanesa. Foram nomeadas, segundo a Al Jazeera, devido à capital de mesmo nome no antigo reino de Cuche, que ocupou no passado essa região –uma importante força ali, em torno de 1.000 a.C, após o colapso da 24ª dinastia egípcia. A reportagem afirma que o reino de Cuche dominou o Egito do século 8º ao 7º a.C.
Quando as cerca de 50 pirâmides de Meroé foram construídas, a tradição de erguer esses monumentos já havia sido abandonada no Egito. Estão ali reis e rainhas desse império antigo. Grande parte delas não têm mais o topo, destruído no século 19 por um explorador italiano em busca de tesouros.
Quem se interessar pelo assunto pode aproveitar o começo de semana pós-feriado para ler o verbete sobre Meroé na Enciclopédia de História Antiga, que ademais fica aqui como uma sugestão de referência. O site pode ser usado, também, para a pesquisa de livros (por exemplo, clique aqui para ver indicações de obras sobre o tema).
Meroé era uma rica metrópole no antigo reino de Cuche, no que é hoje a República do Sudão. A cidade estava localizada na encruzilhada de importantes rotas de comércio e floreceu entre os século 9º e 4º a.C. Como ninguém foi até hoje capaz de decifrar a escrita meroítica, muito pouco pode ser dito sobre como Meroé tornou-se a enorme cidade descrita por Heródoto em torno de 430 a.C, mas é sabido que a cidade era tão famosa por sua riqueza nos tempos antigos que o rei persa Cambises montou uma expedição para capturá-la.