Bibi, babá e o be-a-bá das eleições israelenses

Diogo Bercito

Vou fazer, como já fiz há alguns meses, propaganda dos meus colegas do blog “Conexão Israel”. O site, escrito por brasileiros que vivem em Israel, prestou recentemente um excelente serviço aos interessados na região: eles legendaram, em português, a propaganda política israelense.

Por exemplo, quem não entende hebraico não vai mais estar de fora da piada desta campanha: o premiê israelense Binyamin Netanyahu (Likud) em seu vídeo como babá, enquanto tenta convencer eleitores de que é ou ele, ou a oposição a tomar conta do país.

“Ou sou eu [a cuidar dos seus filhos], ou são Tzipi e Buji”, ele diz em sua propaganda eleitoral, referindo-se aos líderes do Campo Sionista, Tzipi Livni e Isaac Herzog. “Buji? Nossos filhos é que têm que cuidar dele”, diz um pai ao premiê, assustado com a opção. O vídeo brinca com a ideia de que a oposição não está preparada para a tarefa.

“Quem não apresentou o mesmo bom humor”, segundo o “Conexão Israel”, foi o Campo Sionista, que divulgou um vídeo em resposta. “Nas últimas semanas, apareceu na internet todo tipo de vídeo engraçado. Muitos dizem para eu fazer também vídeos cômicos. Mas, na verdade, a situação em Israel não é engraçada”, diz Isaac Herzog, citando índices econômicos.

O blog inclui outros vídeos da campanha e as reações a eles, e vale a leitura. Essas eleições israelenses, previstas para meados de março, têm trazido à oposição a esperança de conseguir derrubar o Likud, de direita, do poder –desgastada por conflitos militares e por crises de corrupção, além de desavenças internas, a coalizão atual de fato enfrenta um desafio neste ano.

O sistema político israelense, porém, não garante a vitória da oposição. Mesmo com um maior número de cadeiras no Parlamento, líderes como Herzog e Livni teriam de montar uma coalizão antes de administrar o país. Em 2008, por exemplo, Livni teve de convocar eleições antecipadas após fracassar na tentativa.