As parabólicas coloridas do Cairo

Diogo Bercito
Antenas pintadas no Cairo. Crédito Divulgação
Antenas pintadas no Cairo. Crédito Divulgação

Pirâmides, rio Nilo, praça Tahrir, Khan al-Khalili e antenas parabólicas. Quem visitou o Cairo recentemente talvez concorde com a lista de memórias a respeito dessa que é a maior cidade árabe no mundo. Ali, convivem os monumentos faraônicos e os aparatos que recebem sinais de satélite nos telhados das construções –amarelados pela poeira e pela poluição, como nota um texto da Al Arabiya (clique aqui para ler).

Um coletivo artístico local, aliado ao artista americano Jason Stoneking (clique aqui), decidiu colorir esse horizonte pintando as antenas. A iniciativa, que começou na região de Giza, tem página oficial no Facebook (clique aqui). Segundo Stoneking, a ideia surgiu de sua conversa com um artista. “Eu fiz um comentário sobre quão incrível era ver tantas antenas parabólicas nos telhados. Ele achava era deprimente olhar para elas, então sugeri que nós fizéssemos alguma coisa”, afirmou o americano à rede Al Arabiya.

O americano Jason Stoneking e suas antenas coloridas. Crédito Divulgação
O americano Jason Stoneking e suas antenas coloridas. Crédito Divulgação

Mas a história dos satélites coloridos do Cairo não é apenas sobre arte ou um cenário colorido. A questão da antena parabólica é central na ideia de unidade árabe, como explica uma reportagem da “Economist” (clique aqui). Mais do que diminuir distâncias e expôr cidadãos a uma diversidade de comportamentos, a TV ajudou nessa região a criar uma sensação de “metrópole árabe”, de acordo com o texto. Essa tese foi trabalhada pela pesquisadora marroquina Fatima Mernissi (clique aqui).