A mulher, o véu e a metralhadora
Não foram poucas as vezes em que ouvi de muçulmanas ou de ativistas de direitos humanos em países islâmicos que o maior problema da mulher não é, nessa região, o véu. Apesar de o Ocidente parecer empenhado em decidir se é legítimo ou não alguém cobrir o cabelo, as mulheres no Oriente Médio poderiam escrever uma longa lista de todas as suas outras preocupações –incluindo educação, saúde, empregabilidade e integridade física. O fortalecimento de movimentos extremistas no Iraque e na Síria adiciona alguns itens ao rol.
Interessados no tema encontrarão no noticiário bastante material para preocupar-se. Uma breve passagem pela rede de televisão Al Arabiya, pela manhã, me trouxe hoje uma série de reportagens sobre a mulher e o jihad. Uma delas, que vocês podem ler clicando aqui, relatava a existência de prostíbulos em que iraquianas são escravizadas por militantes britânicas do Estado Islâmico. Segundo o “Daily Mirror”, os bordéis são operados por uma polícia feminina chamada “Brigada al-Khansaa”.
São, de acordo com o jornal, milhares de mulheres capturadas. A prostituição é justificada, ali, a partir da ideia de que as escravas não são muçulmanas e, assim, podem ser usadas pelos combatentes do auto-proclamado califado islâmico. Uma das líderes da força policial é uma britânica de 20 anos. As informações foram confirmadas pela mídia local, que entrevistou pesquisadores.
Outra notícia de selvageria no Estado Islâmico é a imagem, divulgada no Twitter, de uma estudante britânica de medicina que juntou-se aos militantes e deixou-se fotografar segurando nas mãos uma cabeça decepada (leia clicando aqui). “Emprego dos sonhos: médica de terrorista”, ela teria escrito na rede social.
Segundo uma terceira reportagem (clique aqui para ler), moradores de uma cidade no Iraque sob controle do Estado Islâmico estão escondendo suas mulheres para que elas não sejam obrigadas a casar-se com militantes. Moradores dizem que jihadistas batem à porta para perguntar às famílias quantas de suas mulheres estão casadas e quantas ainda são solteiras.