Judaização, beduínos e o jornalismo editorializado em Israel

Diogo Bercito
Polícia israelense usa canhão de água para dispersar manifestação pró-beduínos, na cidade de Haifa. Crédito Ammar Awad/Reuters

Sei que há, entre os leitores deste Orientalíssimo blog, diversos estudantes de jornalismo. Muitos deles pensam em, um dia, trabalhar em Israel. Pensei portanto que pode ser um bom exercício lermos juntos as edições de hoje dos dois principais jornais israelenses. Aproveito, assim, para comemorar que há nove meses realizei este mesmo sonho de quando eu era também um aluno –ser um repórter em Jerusalém.

Os jornais de hoje organizaram seus principais textos, incluindo editoriais, em torno da pauta da semana, as comunidades beduínas no deserto do Neguev. Extrapolando a ideia central dessa questão, chegamos também ao impasse em torno do status dos cidadãos não judeus e, em última instância, à dúvida de qual será  o caráter israelense neste Estado. Para entenderem do que estou falando, comecem lendo uma reportagem do “Haaretz” clicando aqui. Se tiverem problemas com restrições de leitura no site, tentem o “New York Times” aqui.

O “Haaretz” tem como principal artigo da página de opinião um texto de título “Odor da Injustiça Preenche o Neguev” (leia aqui), assinado por Oudeh Basharat –que argumenta que “para este governo, prejudicar os árabes é um mitzvá“. Ou seja, um “mandamento”. É uma crítica apaixonada da política pública de deslocamento de comunidades beduínas. É, também, uma crítica à postura agressiva do chanceler Avigdor Lieberman que, aliás, não deveria lidar com questões internas. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, para Basharat, está implementando uma política de “abuso doméstico dos árabes e dos fracos”.

O editorial “Judaização = Racismo” (leia aqui) tem o mesmo tom. O assunto, porém, é outro –a formulação de um plano para “judaizar a Galileia“, nas mãos da Organização Sionista Mundial, parte do braço Executivo do governo israelense. A ideia do projeto, revelado pelo “Haaretz” no domingo (1º), é criar uma “demografia balanceada” em relação aos árabes na Galileia, atraindo mais 100 imigrantes judeus à região. Daí o “racismo” do título, já que, em um país democrático, “maioria e minoria, todos são cidadãos que devem ser tratados igualmente”. “Independente de se a maior parte dos moradores da Galileia são judeus ou árabes, todos os residentes são cidadãos do Estado e devem ser tratados como tais”, diz o texto. De maneira que a postura do chanceler Lieberman, em relação a beduínos ou árabes da Galileia, é “inadmissível” para o “Haaretz”.

Pois mudemos de tom, fechemos o “Haaretz” e abramos o jornal “Jerusalem Post”. O principal artigo opinativo é “A Inquietante História de Alocar Beduínos” (leia aqui), em que o autor Joel H. Golovensky (fundador do grupo Estratégias Judaicas) argumenta que os assentamentos beduínos são uma “desgraça nacional”. Não por como o Estado tem lidado com esses habitantes, mas por como a expansão deles está relacionada à “bigamia” e por como os beduínos têm “forte tendência a comportamentos fora da lei e à violência”.

Por mais que Golovensky tome o cuidado de, adiante, afirmar que os beduínos “não vão vilões”, o tom de seu artigo aponta para outras conclusões, e insiste na necessidade de o governo deslocá-los. Afinal, já foram estabelecidos três comitês governamentais para discutir a questão e, a despeito de todas as ofertas do Estado, a população beduína permanece na terra que afirma ser sua –e crescendo à taxa de 5% ao ano.

Vamos, então, por fim ao último texto, o editorial do “Jerusalem Post” de título “O Dilema Beduíno (leia aqui). Segundo o jornal, “por décadas, consecutivos governos israelenses têm negligenciado os beduínos e, como resultado, ajudaram a criar um estado de ausência de lei no Neguev, um território que compõe mais de metade de toda a área do Estado de Israel, sem incluir a Cisjordânia“.

Podemos concordar ou não com o argumento de que o melhor aos beduínos é de fato serem deslocados a vilas em que terão acesso aos serviços básicos e poderão contribuir com impostos. Podemos, também, aceitar ou não a ideia do editorial de que “árabes-israelenses radicalizados, palestinos, ONGs de esquerda e diversas figuras internacionais […] complicaram a questão ao tentar misturar a questão beduína com o conflito árabe-israelenseDe minha parte, amplio essa afirmação ao lembrar aos leitores de que, em muitos casos, o excesso de reportagens sobre essa região ajuda a inflar as questões e torná-las, assim, desproporcionais e ainda mais graves do que já são.

Os artigos citados correspondem, em parte, ao tom da cobertura desses jornais a respeito dos assentamentos beduínos. A respeito disso, recomendo que acompanhem o tema em ambos os veículos durante a semana. Mas espero ouvir de vocês –estudantes de jornalismo e apaixonados pela região– sobre com quais argumentos concordam e discordam e, de maneira menos específica, o que pensam da mídia local (“Haaretz” e “Jerusalem Post”, em especial) e da cobertura internacional (incluindo a da Folha).

Comentários

  1. Diogo. Na minha última visita a Israel tive a oportunidade de passar alguns dias no Neguev e pude observar diversos “Acampamentos Beduínos” (Na verdade eram habitações muito precárias). Conversando com moradores dos kibutzim que visitei pude constatar que a relação com os beduínos vão da tolerância até a explicita hostilidade (Me lembrou da situação dos Ciganos no Brasil). No entanto ao interpelar agentes do governo o discurso é de respeito à cultura e as tradições beduínas e ao mesmo tempo de integração dos mesmos ao estilo de vida moderno (Parecido c/ a questão indígena no Brasil).

    1. É hipócrita o discurso de “integração ao estilo de vida moderno”… Até por que nenhum beduíno está interessado em mudar seu ancestral estilo de vida. O melhor a fazer é deixá-los em paz, com suas tradicionais peculiaridades…Os israelenses lá chegaram em 1948, recentemente…É muita petulância se intrometerem com os povos antigos da região a fim de ganharem mais espaço …

        1. “Os israelenses lá chegaram em 1948, recentemente” – Risadas ?

          Pelo que consta, os judeus (grande parte) vivem na região desde a idade do bronze. A maioria dos filisteus foram convertidos ao islamismo na idade média (o islamismo é de 622).

          A conexão do povo de Abraão com sua terra é tão grande que resiste até a este tipo de debilidade cognitiva.

          1. Matheus, tanto muçulmanos, cristãos e judeus tem origem em Abraão, somos todos povos de Abraão (que a paz esteja com ele)!

          2. Sim, só usei uma metáfora. É evidente que palestinos e israelenses são povos “primos”. Justamente por isso acho essa guerra fratricida uma coisa muito cruel.

          3. risadas….
            Os Judeus estão lá desde a 3700 anos….
            Pegue qualquer jornal deste planeta e veja se existia “Palestinos”…por exemplo o atentado às Olimpíadas de Munique foram “árabes terroristas”.
            Os Beduínos tem a sua cultura e a sua tradição…
            Pesquise se por detrás existem grupos e empresas interessadas em terras…e pesquise mais sobre tudo .
            Aproveita para saber se algum árabe Israelense deseja seralgum dia um árabe Palestino, Egípcio,etc…aliás, os melhores soldados das forças de defesa de Israel são árabes, Cristaos, druzos e Beduínos, porquê?
            Porque sabem que se falar mal de qualquer coisa do Governo ou de alguma coisa, no dia seguinte e sempre terão toda a liberdade de viver em paz….e nas visinhanças seriam já todos fuzilados….
            Liberdade amigo se aprende não em uma faculdade, mas depois de 40 anos no deserto, criando Leis e vivendo 3700 anos com meio mundo querendo “arrancar nosso rabo”, aprendemos a liberdade e a democracia…morram de inveja e se quiserem aprendam…isto não tem como cobrar…pois amamos avida plena com liberdade e democracia…
            Shalom…seja feliz e tenha muita luz , e feliz 2014
            🙂

      1. Meus comentários são dirigidos, isentos de paixões, de forma civilizada, ao “dono do Blog”, Diogo Bercito…Com ele pretendo aprender e me informar de forma educada, sem vulgaridade, sobre assunto tão polêmico…

        1. Teu intuito é se informar de forma educada e sem vulgaridades? Mencionando várias imprecisões históricas e culturais e deixando teus preconceitos transparecerem?

          Você precisa de uma boa viagem à Israel, Gaza e Cisjordânia; algo que talvez te retire dessa cegueira ideológica e petulância, tão usadas para fugir de uma discussão séria e isenta de senso-comum.

          1. Matheus, é verdade que os judeus se instalaram na região desde a idade do bronze, mas também é verdade que desde a diáspora do ano 70 eles estavam dispersos pelo mundo e, após 2000 (veja só, DOIS MIL ANOS), após a instalação de outros povos, com outra religião e cultura, foram novamente “alocados” em uma região já habitada por outras etnias, as quais foram cruelmente expulsas (para dizer o mínimo) e subtraídas dos direitos mais básicos, portanto, concordo com o Sérgio Felicissimo de que estão lá desde MUITO recentemente. Acho q vc, como muitos judeus, desvirtuam a história e se fazem passar por intelectuais para atingir seus objetivos.

  2. Os beduínos estão vivendo no deserto há séculos, mas quando se trata de terra e dinheiro, não interessa cultura e tradição.

    Como dito em outro comentário, igual aos índios aqui que perderam suas terras e hoje vivem em bolsões de miséria.

    Felizmente estamos no século XXI e o extermínio de nativos a moda EUA já é passado.

    Lembrando que nem todos são muçulmanos, portanto, o xalalá de terrorista não cola dessa vez, mas quem liga, certo?

    1. A religião deles é o que menos importa Heitor. O problema é que um país do tamanho de Sergipe não pode (no sentido de impossibilidade) abrir mão de terras para que hábitos de séculos passados sejam mantidos.

      1. Mario, se tamanho mudasse alguma coisa, nós seríamos uma super potência, apesar de realmente termos tudo para isso, e a Suíça, Japão, Bélgica, Córeia do Sul e Cingapura seriam tão pobres quanto Gana, Alagoas e as ilhas do Caribe.

  3. “Parecido c/ a questão indígena no Brasil”
    Exato, SÓ QUE, enquanto temos mais de 8 milhões de km2 e podemos nos dar ao luxo de permitir que centenas de milhares deles sejam usados para permitir alguns cidadãos brincarem de “viver como antigamentes”, Israel tem apenas 20 mil.

  4. Há séculos os beduínos são povos nômades do deserto. Os israelenses tendem a varrer do mapa povos cuja presença é bem mais antiga que a deles próprios…São implacáveis com quem não tem dinheiro, para variar… Discriminação gera discriminação na razão direta, não se esqueçam…

  5. Segundo as leis da Física toda ação gera uma reação de mesma intensidade e sentido inverso…Hitler foi um animal. Nada justifica suas insanas atitudes. Mas, “pera aí”, os judeus nunca foram santos…Continuam também racistas, haja vista discriminarem até os beduínos……

        1. Caro Felicissimo, me adianto ao Nusbaum e respondo a sua pergunta. É um sobrenome de orígem alemã, que significa “árvore de castanha” ou “árvore de noz”. Portanto, poderia ser Nogueira, Avelaneira ou Castanheira. Aliás, fugindo do assunto, essa provavelmente é a origem do sobrenome Nogueira – cristãos novos de sobrenome original Nusbaum.

    1. Felicíssimo,
      percebe-se um que de infelicidade sua ao referir-se aos judeus.
      Se não for o milenar antissemitismo, talvez seja a pura e simples ignorância.
      Eu, particularmente, aposto nas duas hipóteses !

    2. hahahah Adoro ler esses comentários. São nessas horas que o tradicional antissemitismo se manifesta sob o argumento bestial de que Israel é um estado mau, racista e etc…
      Afinal, como já disse o Almadinejah, o holocausto é um fato bastante questionável.

        1. Um mau Português enfraquece qualquer argumento? Você nem tem argumentos porque tudo que você escreve é impregnado de preconceito e preguiça intelectual.

          Acho que todo mundo aqui deve se curvar e respeitar falas tão bem escritas (desconheço este tipo de reticências) e de elegância ímpar como: “Hitler foi um animal. Nada justifica suas insanas atitudes. Mas, “pera aí”, os judeus nunca foram santos…Continuam também racistas, haja vista discriminarem até os beduínos……”

          Risadas novamente?

      1. O mais interessante é q para Israel apenas eles no mundo sofreram um Holocausto, e por isto se acham para sempre os coitadinhos da história, tadinhos, todos os q falam a favor são bons, decentes, e qualquer um de que dê opinião contrária faz parte do “tradicional antissemitismo”; será que não se pode chamar de HOLOCAUSTO o que fazem com os palestinos, ou mesmo os beduínos em questão??? Alguem tem dúvidas de que a tradição beduína está a desaparecer do mapa, lentamente? Israel é como a Alemanha de Hitler, apenas mata mais devagar..

      1. Felizmente os blogs não são sonorizados…
        Caso fossem, seria uma gritaria infernal e apaixonada, cada um defendendo, de forma mais grosseira, seus discutíveis pontos de vista…Meninos, não se esqueçam que estão em “casa alheia”…

    3. Caro Felicissimo, devo discordar veementemente de seu comentário. Em primeiro lugar, você implica que as ações de Hitler e do nazismo foram uma reação a algo que os judeus, que segundo você “nunca foram santos”, fizeram. Ou então está implicando que o conflito com os palestinos e essa questão dos beduínos são apenas reações ao sofrimento dos judeus no nazismo. Isso tudo para mim não faz o menor sentido e carece de fundamentação argumentativa.

      E em segundo lugar, sua afirmação de que os judeus nunca foram santos é vaga, também carece de fundamentação, e beira perigosamente o anti-semitismo (se é que não cruzou essa linha, como acusam outros comentaristas). Aparentemente você está julgando e condenando os judeus como um todo por alguma coisa que você sequer mencionou.

      Então, por favor, desenvolva e argumente para que possamos discutir civilizada e respeitosamente. Criticar os erros gramaticais dos outros comentaristas não leva a nada, é desrespeitoso e passa a impressão de que, por um lado, lhe faltam argumentos, e por outro, lhe sobra soberba. Eu pelo menos não adentro a casa alheia apontando a falta de domínio da língua escrita pelos outros visitantes.

      1. Caro beto_w, o que mais abomino nos “habitantes de Israel” é o racismo…Acho redundante um povo ter sofrido tanto com o racismo no holocausto e continuar sendo racista nos dias de hoje. São racistas estando radicados no Brasil, contra os próprios “aborígenes brasileiros”!!!…Isso é imperdoável, injusto, não aceito…O Brasil “ainda” é dos brasileiros…

          1. Percebo também que os “nativos de Israel” são extremamente solidários (mafiosos?) entre si próprios …Tal atitude, de algum modo, pressupõe a continuidade do racismo tanto no Brasil como no mundo…

        1. Caro Felicissimo, para começar, vamos dar nome aos bois. Quando você diz “habitantes de Israel” ou “nativos de Israel”, está se referindo aos judeus, certo? Partindo dessa premissa, você diz que os judeus são racistas – sem apresentar fatos, provas nem argumentos que validem sua opinião. Diz também que os judeus brasileiros são racistas contra os “aborígenes brasileiros”, quem quer que sejam esses (seriam os indígenas?), ainda sem nenhum argumento fundamentado. Diz que o Brasil ainda é dos brasileiros, o que dá a entender que os judeus brasileiros não são brasileiros – novamente sem fundamento algum.

          Você então afirma que os brasileiros se assemelham fisicamente aos palestinos, o que demonstra seu profundo conhecimento a respeito dos traços étnicos do Oriente Médio – ou a absoluta falta de tal conhecimento, dado o tamanho absurdo de sua afirmação. E novamente implica que os judeus que vivem no Brasil não são brasileiros, além de também implicar que os judeus em geral são racistas em relação a brasileiros e a palestinos. Novamente, lhe falta fundamentação que sustente suas afirmações.

          Por fim, você imputa um teor criminoso aos judeus brasileiros, afirmando que a solidariedade de uns para com os outros é mafiosa, e que isso, de algum modo que pelo jeito nem você sabe explicar, “pressupõe” a continuidade do racismo. Infelizmente devo ser ignorante, pois não consegui seguir a lógica dessa sua última frase.

          Você apareceu clamando por respeito ao blog do Diogo, e dizendo que não defende de forma vulgar e apaixonada seus pontos de vista, mas desfila aqui seu preconceito contra os judeus de forma não vulgar e apaixonada, mas sim pseudo-erudita, dissimulada e fria. Se pretende aprender e se informar sobre o Oriente Médio, comece despindo-se de seus preconceitos, e estabeleça diálogos civilizados e fundamentados não só com o Diogo, mas também com os outros comentaristas. Alguns podem defender vulgar e apaixonadamente seus pontos de vista, e podem cometer erros gramaticais, mas pelo menos eles trazem informações e argumentos.

        2. A sua auto-conciencia e algo para ser estudado
          por psiquiatras.Um claro e evidente racista acusando outros de racismo.
          Vai fazer stand-up comedy,menino!

  6. Aqui nós temos um exemplo do que eu mencionei em um post recente de uma democracia étnica em que a maior crítica que se faz é a comunidade dominante usar de sua força pra criar leis discriminatórias.Considero que judaizar,islamizar ou cristianizar um Estado é baseado no tripé:
    1-relação populacional.
    2-elite econômica e política dominante.
    3-elite militar dominante.
    Em Israel a relação é de 80×20 e mesmo que um Estado tenha uma relação 50×50 mas com os itens 2 e 3 na mão de uma determinada comunidade poderemos ter um Estado característico à aquela comunidade.
    No artigo do NYT as autoridades dizem que:”a maioria dos Beduínos continuarão a viver em seus lugares correntes enquanto os direitos a propriedade serão resolvidos,regularizados e reconhecidos.”
    Pergunto:Não seria muito mais democrático e uma boa oportunidade pra minimizar as acusações de racismo e discriminação que pululam entre os próprios judeus se o projeto abrangesse toda comunidade beduína em um Estado já mais do que judaizado?

    1. Moises, beduinizemos os próprios beduínos…Respeitemos suas tradições, seu folclore, seus antigos hábitos no deserto…Maldade remover um povo de sua terra de origem…Assista o belo filme “Lawrence da Arábia”, com Peter O’Toole…

      1. Opa, creio que o certo seja “Assista ao belo filme”, pois assistir nesse caso é um verbo transitivo indireto.

        O professor de gramática deveria escrever melhor antes de sair corrigindo os outros. hahahahaha

  7. Nessa guerra milenar por um pedaço de terra considerado sagrado..os judeus , que ali considera sua terra prometida , abusa do seu poderio econômico e militar com os povos já ali estabelecidos a séculos.Todos tens seus direitos a essas terras(judeus, Palestinos, beduínos) , o que não pode e está acontecendo é aniquilar terras para um projeto (Sionismo)..ignorar os direitos alheios, bem isso é milenar é uma guerra religiosa..mas um aviso ao Judeus, não sou anti-semita, mas essas atitudes higienista de cunho racista…ó produzem mais preconceitos contra vocês mesmos, atitude racista atrai racismo…

    1. Caro Elias, o problema com seu comentário é confundir Israel e seu governo com os judeus em geral. Atitudes racistas por parte do governo israelense não deveriam atrair racismo contra todos os judeus do resto do mundo, mas tem muita gente que acha isso natural, e é aí que mora o perigo.

      Caso você não tenha lido, em um trecho do artigo do Diogo são mencionandas ONGs de esquerda israelenses, que são em sua maioria compostas por judeus, e defendem tanto os palestinos quanto os beduínos. Então não se pode julgar o todo pela parte, e não se pode imputar a todo e qualquer judeu a pecha de racista por causa das ações do governo israelense.

      Fora isso, concordo com você, todos eles têm seus direitos às terras, e têm que arranjar um jeito de conviver da melhor forma possível para todos.

  8. Que coisa louca!
    O mundo repentinamente se interessa pelos
    beduinos!Interessante porque!
    Quando nos ultimos anos algum jornalista escreveu
    uma so linha sobre os beduinos?

    1. tem judeu ou americano no meio o pessaol ta’ pronto pra’ fazer reportagem.

      Se fosse sobre mulculmano seria islamofobia!

  9. Ate’ onde sei, o pais se cham israel.
    Estes beduinos imigraram baseado no fato historico. Mas as leis do pais precisam ser respeitadas.
    E’ assim que e’ em todo lugar civilizado.

    Nem mesmo em sao paulo deixam os bolivianos serem ilegais, porque israel tem que deixar beduino??

    A bondade so’ serve para os paises dos outros, quando e’ no nosso ficamos todos quietinhos e fingimos que nada sabemos das mortes, dos abusos, dos estupros.

    Brasileiro e’ muito bonzinho!

    1. Mas um dos argumentos pró-Israel não é justamente o fato histórico que agora é ignorado solenemente?

      PAU QUE BATE EM CHICO, BATE EM FRANCISCO, meu amigo.

      1. Heitor,
        voce sabe bem melhor que isso e’ uma comparacao inutil.
        Israel foi criado a decadas atras. Hoje em dia o processo e’diferente.
        Daqui a pouco voce vai tambem querer devolver o matogrosso ao paraguai!
        PAU QYE BATE ME BRASILEIRO TAMBEM BATE EM PARAGUAIO!

        1. Eu não preciso querer, é só ver como o governo cede milhares de terras para os índios, justamente sob esse argumento do fato histórico.

          Não interessa quando foi criado, mas sim a força que mantém o status quo, força que será usada para expulsar os beduínos de suas terras.

          Isso não podemos negar, mas não precisa usar essa história do fato histórico, todos sabemos que só existe um fato: o das armas.

          1. Voce esta’ enganado.
            O unico fato historico aqui foi a criacao do estado de israel e do estado daplaestina pela ONU.
            oIsrael construiu um paios, a palestina ficou brigando ao invez de construir o dela.

            e’ tao simples.

          2. Tu já parou para se perguntar por que Israel fica onde está?

            Sabia que nas primeiras reuniões do grupo sionista para escolher o lugar do lar judeu foi cogitada a ilha de Madagascar, até que alguém lembrou do fato histórico e o resto já sabemos…

            É nisso que quero chegar, usam o fato histórico a seu favor e depois ignoram quando vem contra os interesses, aí prevalece o fato das armas.

  10. Diogo,

    Minha dissertação foi uma análise de discurso realizada com editoriais do Haaretz e do Jerusalém Post sobre a Guerra de Gaza. Muito me preocupa o tipo de enquadramento utilizado pelo JPost, que faz uso de mitos e imagens da cultura judaica capazes de incitar conclusões reacionárias e racistas. Especialmente tendo em vista a superioridade de sua circulação em Israel.
    A verve crítica observada no Haaretz é vetada na imprensa Americana. Temo que estamos repetindo este modelo na imprensa brasileira. Resta saber se isso se dá em virtude de um efeito colateral do processo de agendamento, ou se estamos conscientemente emulando esta forma nociva de fazer jornalismo.
    Parabéns pela realização de seu sonho.
    Abraços,
    Maria Rita

  11. Caro Marcio, os beduínos já moravam lá desde antes do Império Otomano, eles não imigraram depois da fundação de Israel.

    Os beduínos e outros povos nômades sempre acabam entrando em choque com a civilização moderna, talvez porque o aparato burocrático de qualquer país não está preparado para lidar com nômades, qualquer interação com o governo pressupõe um endereço fixo.

    Os beduínos não são imigrantes ilegais, Marcio. Um dos problemas com eles é que nunca chegaram a registrar posse de terras, seja por falta de interesse, seja por falta de documentos comprovatórios, seja por achar (com razão) que o registro lhes traria apenas mais responsabilidades e nenhum benefício.

    De acordo com a legislação israelense a respeito de posse de terra, que deriva da lei otomana, uma terra que não tem nenhum dono declarado é automaticamente terra do estado. Sendo assim, sob a ótica da lei, os beduínos estão morando em terras do estado.

    Há outros problemas, como eles não se sujeitarem às leis do país, terem culturamente uma tolerância a crimes como furto e roubo, entre outros. E tudo isso junto complica a situação.

    1. E’ a situacao e’ complicada.
      Mas a lei de um pais e’ a lei de um pais.
      E’ isso que fazx as coisas funcionarem.
      A lei tem que ser seguida. Se nao gostam que mudem no parlamento.

      Do contrario acaba igual ao Brasil, na qual o pobre coitado vai pra’ cadeia, o politico ladrao finge ataque do coracao e vai pra’ casa.

      E’ a lei!

  12. Deixando a questao em si um pouco de lado,interessante um país em que um jornal é muitas vezes mais critico ao seu país que muito de seus inimigos.Os que garganteiam sobre Democracia sem saber o que realmente significa,atentem para este pequeno fato.Em muitos lugares do mundo,idolatrado por tristes figuras transbordantes de ódio e ideologia cega,isto nao seria nem noticia.

  13. Diogo,
    ja’ passou da hora de voce , alem de reportagens sobre controversias em israel, fazer alguma sobre , por exemplo, a palestina.

    Que tal falar sobre o porque terroristas sanguinarios ganham nomes de pracas?

    Pra’ voce, parece, a notica controversa sempre vem de israel

    1. Marcio, você disse em outro comentário:

      “A lei tem que ser seguida. Se nao gostam que mudem no parlamento.”

      Se não gosta do blogueiro e suas postagens, que procure outro melhor.

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