Lubrificante kosher

Diogo Bercito
Casal ultraortodoxo no bairro jerosolimita de Mea Shearim. Crédito Bernat Armangue/Associated Press

Estive ontem à noite com alguns amigos em um restaurante hipster de Nachlaot, um bairro extramuros de Jerusalém em que ter barba e andar de sandálias faz parte de um código velado de vestimenta. Instalado em um antigo bordel otomano, no centro do mercadão israelense, o estabelecimento em que jantei tinha um menu especial para o dia de Tu b’Av, celebrado hoje. Em volta dos nomes dos pratos, corações vermelhos.

O Tu b’Av tradicionalmente marcava o início da colheita da uva e, hoje, é conhecido como “Chag haAhava” —ou o “dia do amor”. Não é tão famoso como o Valentine’s Day americano, mas é de alguma maneira comemorado por aqui, nem que seja pelo fato de que o Tu b’Av é considerado um dia auspicioso para o casório.

Em tempo, o laboratório americano Trigg introduziu no mercado o que diz ser o primeiro lubrificante kosher.

O termo significa que o item foi produzido de acordo com as recomendações da tradição judaica, a partir dos textos de “Levítico” e “Deuteronômio” e, também, de seus ensinamentos orais.

As leis de “kashrut” incluem, por exemplo, não comer carne de porco. No caso do lubrificante íntimo, essa certificação está relacionada ao seu processo de feitura.

Em termos do mercado de lubrificantes, significa, entre outros fatores, que o produto não contém uma secreção glandular vinda de ovelhas.

O lançamento do laboratório Trigg se insere na tendência recente do mercado erótico em paquerar os judeus ortodoxos, que seguem as recomendações de “kashrut”. Foram lançadas recentemente camisinhas kosher, e há um sex-shop virtual especializado em vender algemas e vibradores aos religiosos.

“Queremos dialogar com os judeus ao redor do mundo”, me diz ao telefone Jennifer Martsolf, vice-presidente de marketing da empresa. O produto penetrou o mercado israelense recentemente, e está disponível nas farmácias.

O certificado de “kosher” foi emitido por autoridades rabínicas da Califórnia após dois anos de vistorias nas fábricas da companhia. “Não mudamos nada nos procedimentos, já estávamos adequados”, afirma Martsolf.

“Moisés nos deu os Dez mandamentos e as leis kosher”, diz anúncio da firma. “Desde então, temos cachorro-quente kosher, vinho kosher e matzá [pão sem fermento] kosher. Agora, lubrificantes e outros produtos íntimos também são kosher!”

Comentários

  1. eu acho que todos esses rituais – judaicos, católicos ou…. são invenção dos homens e não tem nada a ver com Deus.
    Deus quer que seus filhos sejam bons por dentro e sigam os seus mandamentos, todo resto é teatro inventado pelos homens.

  2. Medidas para garantir a qualidade do produto e a higiene, sim. O lado religioso é ridículo. Os fundamentalismos religiosos são todos iguais e responsáveis por intolerância, violência e desrespeito aos direitos humanos, sobretudo das mulheres, que, nesse âmbito, perdem totalmente a liberdade, tornando-se servas/escravas de um mundo machista.

  3. Mais uma maluquice derivada de religião. Aliás, maluquice e religião podem ser considerados sinônimos. O cara segurando uma galinha viva nas costas de uma mulher (aparentemente grávida e com livro na mão) é autoexplicativa.

  4. Johannes,sinto muito pelo seu nao conhecimento da religiao judaica,mas
    este e uma simbolica reza que faz parte
    da nossa religiao muito usada ha quase
    6000 anos,onde uma galinha e levantada
    viva pelo marido e se da 7 voltas em volta
    da cabeca o que simboliza SORTE,mas voce ja caracterizou este ato como “”maluquice””.Impressionante algumas
    pessoas que pensam que podem argumentar.Maluquice e o auto flagelo
    que os Muculmanos praticam batendo em suas costas ate sangrar,isto e maluquice.
    OU Os Espanhois com seus Bois nas Ruas
    matando “”civis””.E o que voce acha de
    uma TOURADA? Nao e um absurdo?
    Voce ja assistiu uma ao vivo? Eu ja,e um
    NOJO.

    1. E você não perde uma chance de colocar muçulmanos no meio da conversa. O que eles fazem também é maluquice, assim como os sionistas (travestidos de israelenses bonzinhos), católicos, evangélicos, etc etc.

  5. Fabio, sua explicacao so confirma o que eu disse, é maluquice. Girar a galinha na mulher traz tanta sorte quanto usar uma pulseira do Senhor do Bonfim ou carregar uma pata de coelho. Nao se ofenda, pois em todas as religioes ha rituais malucos, por exemplo, comer uma bolacha de trigo dizendo ser “o corpo de Cristo”. Quanto ao auto flagelo, ultrapassa a maluquice e vira bizarrice. Quanto as touradas, concordo com vc, eh maluquice associada a estupidez humana, mas nada relacionado a religiao. Nao obstante, lembre-se que seus ancestrais queimavam touros em holocausto, porque tinham “cheiro suave ao Senhor”, conforme esta no seu Torah (Lev. 1:1-9). Bom… vcs nao queimam mais touros hoje em dia, neh?

    1. Johannes voce mistura alhos com bugalhos.
      Crendices sao uma coisa,rituais tambem,
      Estes sao costumes da religiao judaica,e como tal deve ser respeitado.
      So para voce sabe boa parte dos judeus
      no Mundo inteiro comem KASHER,sao alimentos mais saudaveis,em primeiro lugar, porque nao ha Porco,por exemplo.
      Outro ponto o que e leite vai ser feito separado do que for Carne,portanto a
      cozinha judaica ela e mais higienica tambem.
      E o terceiro ponto e que quando matamos um animal para comer fazemos o possivel
      para que ele nao sofra,interessante nao e?

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