O aniversário egípcio
Haja pescoço. Trabalhar no Oriente Médio é ter de, o tempo todo, olhar de um lado para o outro. Em um dia, são os mísseis russos enviados à Síria. Em outro, as disputas sectárias no Líbano. Então lá no cantinho da península Arábica, no Iêmen, converso com um camponês, e em seguida me informo sobre o que aconteceu no Bahrein.
Esse blog reflete essa que é, para mim, uma das características mais interessantes da região –a pluralidade. Apesar de haver um rol de elementos em comum entre esses países, em especial a religião e a língua, eles contam histórias distintas. O processo cultural garante que, mesmo dentro das fronteiras, a variedade vai ser a regra.
Digo isso porque, em breve, vamos ter de pensar no Egito. Nesse dia 30, será marcado o aniversário de um ano de governo do islamita Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, eleito após a derrocada do ditador Hosni Mubarak nos primeiros meses da Primavera Árabe.
Mursi já chegou ao poder entre protestos. A situação precária da economia manteve as pessoas nas ruas, e incidentes inflamaram os manifestantes –incluindo conflitos com a minoria cristã copta e medidas de concentração de poder.
As manifestações pedem pela saída de Mursi. O governo, por sua vez, diz que líderes eleitos democraticamente não deixam o cargo devido a protestos. A julgar pelo histórico, veremos embates nos próximos dias, em especial no final deste mês.
Amr Mussa, ex-chanceler egípcio, afirmou recentemente que o governo “está mandando uma mensagem de que não está disposto a responder às demandas do povo e está levando adiante reformas com políticas que estão aumentando a raiva e a polarização”. Está citado na “Al Arabiya”.
Fiz o download, hoje, de um aplicativo desenvolvido pelos ativistas do Tamarod, que estão promovendo uma petição pela saída de Mursi. No programa, você tem de correr recolhendo assinaturas.
Enquanto isso, no mundo real, Mohamed ElBaradei, um dos líderes da oposição, pede que egípcios assinem a petição pela saída do presidente islamita e de seu “regime fracassado”, responsável por matar o “espírito da revolução”. A campanha oficial do Tamarod já fala em 15 milhões de adesões ao abaixo-assinado.
Agora esperamos para ver quantos serão nas ruas.
O Egito trocou 6 por MENOS meia duzia.
Entrou um Presidente pior,radical e
incompetente.Alias,isto e comum hoje nos
Paises Arabes.E a Primavera Arabe tao
desejada por eles.