Rabino, ortodoxo e gay
Em meio a discussões sobre disputas armadas, sobre guerras na Síria, mísseis no Líbano, explosões no Iraque –nos esquecemos das guerras internas. Não as civis, mas aquelas que disputamos sozinhos, todos os dias, às vezes em vias de sermos derrotados. Dilemas morais, crises éticas, crises de identidade.
O jornal israelense “Haaretz” nos lembra de uma dessas guerras, em sua edição de final de semana (leia a reportagem aqui, se tiver senha de acesso). É a história do rabino Steven Greenberg –ortodoxo e gay.
Greenberg conta à repórter Dalia Karpel, no texto do “Haaretz”, como foi a luta de descobrir-se gay durante a infância e, ao mesmo tempo, dedicar-se à carreira de rabino na comunidade ortodoxa judaica. Afinal, Levítico 20:13 escreve que “Se um homem se deita com um homem assim como faz com uma mulher, ambos cometeram uma abominação” (a tradução é livre).
“Eu digo aos rabinos: Não estou pedindo que vocês modifiquem a halakha [conjunto de práticas]. Estou pedindo que vocês assumam a responsabilidade por todos os seres humanos, incluindo aqueles nascidos gays”, afirma Greenberg, que transformou suas contradições em material de estudo.
O rabino esteve em Jerusalém por ocasião do lançamento de seu livro, “Wrestling with God & Men: Homossexuality in the Jewish Tradition”, em hebraico. A edição americana já tem dez anos.
A obra de Greenberg é dividida em quatro partes. A primeira traz textos sagrados e discussões sobre a homossexualidade. A segunda reúne relatos do amor entre homens (Davi e Jonathan, na Bíblia, por exemplo). Na terceira parte, ele discute o texto de Levítico. Por fim, escreve sobre como as sinagogas podem ser mais inclusivas em relação aos homossexuais.
A questão é multifacetada, por aqui. Tel Aviv é considerada uma das cidades mais gays do mundo. Casais homossexuais andam de mãos dadas, na praia. Há festas, há bares –e Israel tem seu próprio diretor gay, Eytan Fox, cujo filme “Yossi” (2012) abre uma mostra de cinema israelense em São Paulo em junho.
Mas a importância da religião para o Estado e sua aparente contradição estrutural em relação à homossexualidade são uma constante fonte de atrito. Com a vantagem de que a questão vem sendo discutida nos círculos rabínicos. Recentemente, o nova-iorquino Yosef Kanefsky escreveu que:
Decidimos que homossexuais podem muito bem ser parte da condição humana. De acordo, decidimos que homossexuais não deveriam mais ter de pagar o preço psicológico e emocional, e até físico, para nosso conforto teológico
Greenberg dá sua opinião:
As pessoas estão começando a entender que não há apenas um único tipo de sexualidade. No passado, um dos maiores sábios judaicos de sua geração, Moshe Feinstein, descreveu a homossexualidade como uma rebelião contra Deus e como uma doença, mas agora isso é percebido como uma diferença normal. Há pessoas de esquerda, eu sou de direita. Você tem olhos marrons, os meus são azuis. Somos apenas diferentes
O foco dessa questão é viciosamente desviado. Sempre.
Uma coisa é a relação do homem para com o homem, ou seja, a relação social, humana, que vivemos no dia a dia, e que deve cercar de direitos e garantias legais todos os cidadãos, todos as pessoas humanas.
Outra coisa, muito diferente, é a relação do homem para com Deus, através da religião que cada homem se dispõe a abraçar, quando se dispõe a isso.
Grosso modo, seria como abraçar um contrato com um convênio médico, talvez. As cláusulas estão lá, e você adere se quiser, não é obrigado.
E não é preciso dizer, há que haver honestidade espiritual para tanto, quando se adere ao contrato. A Igreja católica, por exemplo, está infestada de inimigos em seu seio, todos trabalhando ativa e incessantememnte pela sua destruição.
Deus é claro, entretanto, quando afirma que as portas do inferno não prevalecerão.
E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma. 1 Samuel 18:1
Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu era amabilíssimo para comigo! Excepcional era teu amor ultrapassando o amor de mulheres. 2 Samuel 1:26
A relação de Davi e Jônatas sempre foi foco de especulação entre os estudiosos bíblicos… No entanto é interessante notar que o autor de I e II Samuel não fica constrangido em descrever a relação de ambos.
PS* Diogo, quando tiver uma folga visite o Monte Gilboa (Perto de Afula e local do trágico fim de Saul e Jônatas) – Davi incluso amaldiçoa o monte em 2 Samuel 1:21.
Não existe Deus. Religião é um monte de regras criadas por homens para a sociedade se comportar de forma que consideravam aceitável.
A tal providência ameaçadora que fiscaliza essas regras era um jeito de cobrir a ausência de leis.
Também, na minha opinião, Deus não existe. Foi o homem que o inventou e não o contrário. Deus é uma resposta irracional que damos aos nossos medos, inseguranças, tragédias. É uma ilusão, mas respeito quem o tem como o grande criador.
Suas afirmações são fracas e sem sentido, vcs proclamam a não existencia Deus por nunca o terem Buscado, Vivem apenas o Hoje sem esperança na vida.Sinto muito por pessoas como vcs que apenas vivem o acaso e acham que estão aqui por acaso.
Realmente Deus não existe, assim também como o sol, a lua, a terra, a água, o ar, o universo e tudo o mais que nos cerca não existem, tudo isso não passa de uma loucura de nossa imaginação, aliás, eu tenho a plena certeza de que não existimos.
Se Deus não existe, de onde viemos e para onde vamos?
E tem algum homem que é capaz de evitar a morte? – que é um principio ditado por Deus, assim como é o nascimento.
Todos dependemos de Deus, e aí não faz diferença se se acredita nele ou não.
Religião é invenção dos homens, mas os homens são invenção de Deus.
Quem afirma que é correto o que Deus condena será julgado adversamente por Deus no dia da prestação de contas. Igual a Sodoma e Gomorra.
Ô José, então você acha que vai levar boa vida (???) depois de morrer, e eu, que não conheço esses livros, vou ficar varrendo um tal de inferno? Mas isto seria mais valia transcendente …
Já está antecipando o resultado do julgamento José? Cuidado, pois o “não julgai para não ser julgado” que vc engoliu pode lhe dar dor de barriga!
As contradições internas de Israel, representadas pela religião – com o fortalecimento e a radicalização dos ultraortodoxos -, são os principais desafios deste país. As mulheres dos ortodoxos têm em média 10 filhos ou mais, enquanto as seculares têm 1 ou 2. Isso, a longo prazo, vai mudar a correlação de forças internas – Israel pode tornar-se uma república teocrática, como o Irã.
Joao Guizzo comparar Israel com Ira e pura falta de conhecimento.Israel ,diferente do
Ira e uma Democracia.O Senhor ve no Ira
que e dirigido por Muculmanos Extremistas
fanaticos,que sao os Ayattolahs uma Democracia?
Os Ultraortodoxos em Israel nao tem forca nenhuma no Knesset (Parlamento) e sao
uma minoria.Sugiro o senhor se informar
um pouco mais sobre o assunto.
A pergunta que não quer calar, quantas pessoas a igreja e religião já matou direta ou indiretamente? Milhões…? Religião é a desgraça da humanidade. O homossexual não precisa de autorização divina nem religiosa para existir!
Os homossexuais têm como alvo predileto a religião cristã, justamente a fonte de todos os seus direitos, aí incluídos o direito de não ser condenado à forca, ou outro tipo de pena de morte, como em grande parte do mundo islâmico.
Curiosamente, não vejo críticas dos homossexuais ao islam…
Obviamente que as diferenças entre hétero e homossexualismo não se assemelham, nem de longe, às diferenças genéticas como entre cor dos olhos ou dos cabelos. Se você acreditar que teremos apenas uma passagem por esse mundo ou que vivemos apenas uma vida jamais encontrará explicação plausível para essa questão. Entretanto, se entender que temos múltiplas existências na matéria, cujo objetivo é o progresso íntimo ininterrupto, deverá compreender que o homossexualismo é apenas uma condição passageira à qual somos eventualmente submetidos, necessária ao reparo de arestas, ao acerto de diferenças antes do retorno à condição original de heterossexuais. Nascer homossexual (que não se confunde com promíscuo) não depende de escolha mas de necessidade na longa senda do progresso. Quem os condena ou aponta o dedo, da missa não sabe a metade.
Certamente esse rabino nao pode ser da linha dos ortodoxos.