De Gaza, uma dúvida
Diogo Bercito
Escrevo este relato sentado em um café, de frente para o mar, forçando os olhos para enxergar a tela do notebook –o Sol está se pondo na minha frente, com a luz contra minha visão.
Na praia, crianças fazem o de sempre. Correm de um lado para o outro. Gritam. Se sujam de areia. Empinam pipas.
Por essa descrição, eu poderia estar em qualquer lugar. Mas estou em Gaza –tentando entender quais das imagens preconcebidas a respeito desse estreito de terra são verdadeiras e quais não são.
Antes de dizer o que eu encontrei por aqui, porém, queria saber de vocês: qual é a imagem que têm sobre Gaza, a partir do que leram nos jornais?
Se eu imaginar Gaza somente pelo que leio nos jornais verei um lugar que vive em conflito com uma população amedrontada que não tem um cotidiano como o de qualquer outra pessoa simples do mundo. Mas se eu imaginar Gaza longe do que mostram noticiários verei uma população que sai para trabalhar, estudar, que se apaixona, “desapaixona”, brinca, briga, fica triste, fica feliz, planeja casar, planeja ter filhos, quer descasar, não quer ter filhos. Enfim, uma população que mesmo entre problemas tem características parecidas com os povos das mais diferentes regiões.
Acho que um lugar mais árido, com destroços e prédios destruídos.
Muito chão de terra, casas semi-destruídas e sinal de guerra eminente por todos os lados, com pessoas armadas!
Muita gente acha que Gaza é um mar de escombros, pois é o que vemos pela TV e pelos jornais. Eu, apesar de nunca ter ido a Gaza, imagino que seja um lugar razoavelmente normal, onde as pessoas tentam viver suas vidas normalmente no dia-a-dia. Eu sei que há hospitais, escolas, faculdades e até um shopping center. Nada muito luxuoso, provavelmente. E acho que os campos de refugiados na periferia de Gaza, como Khan Younis, por exemplo, devem se parecer em muito com nossas favelas, com casinhas de alvenaria e “puxadinhos” para lá e para cá.
Pelo menos essa é a visão que eu tenho.
Penso que seja um lugar populoso, com as características das nossas periferias das grandes cidades: construções baratas, gente trabalhadora, famílias grandes, nível cultural médio, e um componente extra: nacionalismo e paixão pelos seus grupos étnicos, algo como amor pelo seu time. E muita politicagem por parte dos líderes das facções, com forte conteúdo de incitação e mobilização das massas.
Certo dia, estava andando quando vi um garoto de rua chupar uma laranja madura, bonita, que parecia estar docinha. Naquela hora tive vontade de chupar laranja, mas não tinha nenhuma. Pergunta: Quem é mais feliz? Eu ou o garoto?
Resumindo: uma análise transversal não invalida um estudo longitudinal.
Um abraço
Gaza, uma região montanhosa após guerras dos 100 dias. talvez quem sabe com pessoas que acreditem na região longe de conflitos e com progresso.
Região montanhosa sem maiores riquezas, mas de lindas paisagens turísticas. apesar da aridez da região.
Posso estar errado, mas vejo apenas um sionista querendo enganar a população.
Nota: Não sou anti-semita, nada tenho contra os judeus. Agora, tenho tudo contra os sionistas.
Mais de 95% dos judeus no mundo são sionistas portanto você é sim antissemita. Antissionista é apenas um disfarce moderno que os antissemitas usam para não serem processados ou presos. Só uma informação, Gaza não tem montanhas, é um areal plano, quando os judeus estavam lá existiam plantações, hoje os palestinos destruiram tudo.
Esta lorota de tentar confundir semitismo que trata de origem étnica que abrange judeus e palestinos no mesmo grupo e sionismo que é uma política racista, nefasta e criminosa que prejudica Gaza e o mundo todo, não cola mais.
Por exemplo, Joe Biden, vice presidente dos Eua, que não é judeu, se declara “sionista desde jovem”. O sionismo é algo que deve ser combatido com todas as forças e nada tem a ver com a religião judaica, tanto que existem inúmeros judeus, alguns até rabinos, como os do grupo Neturei karta que condenam o sionismo.
Naturei Karta é um bando de malucos, parece que aqui ninguém conhece os judeus, para ser judeu não é necessário ser religioso, basta nascer de uma judia. Sionismo nada tem a ver com religião, os fundadores de Israel eram ateus.
Sinonismo ou movimento sionista, nada mais é que as idéias que o pensador e filosofo Judeu Herzel defendia: retorno dos Judeus ao estado de Israel (Palestina), e que foi oficialmente concretizada em 1948 com a declaração do Estado de Israel pela ONU. Toda discussão ao contrário trata-se de pura ignorância.
Prédios destruídos por tiros e bombas, gente amedrontada, fome, miséria… não é isso?
o que vc tem aí é uma faixa de terra densamente povoada, mas não tão miserável como gostam de pintar por aqui! Bons restaurantes, bares, cafés, hotéis e mercados são bastante frequentados pela população local. Carros novos e velhos congestionam as ruas das cidades. Crianças vão e vem das escolas e brincam em parques e nas calçadas, como em qquer lugar do mundo! pobreza? sim vc vê bastante, mas muito menos do que pode ver em cidades brasileiras como SP e RJ…
Diogo, o post já é (quase) retórico. Infelizmente, as pessoas – incluso, eu – têm um visão de que Gaza é constantemente caótica e tensa. Ao contrário do que você quer passar com esta publicação.
Aliás, de fato, são os meios de comunicação que propagam esta ideia do local, mas infelizmente este é o ângulo que mais vende jornal. Como jornalista, não fico feliz em acreditar nisso, mas é o que ocorre.
Bom que você tenta apresentar o outro, o que também é nosso dever. Ainda menos vendável, diga-se. Bom trabalho. Abraço.
A questao da faixa de gaza esta inteiramente ligada a causa palestina e a ocupacao israelense, infelizmente no Brasil a forma como se mostra Gaza e o conflito eh sempre de maneira pro Israel, como se Israel fosse um Santo e todos os Arabes terroristas que querem destrui-lo e infelizmente como conseqüência esta eh a opiniao que a maioria dos Brasileiros tem. Eu nao consigo entender, como que Israel descumpre varias acoes internacionais, ignora as sancoes da ONU invade terras, mata e prende inocentes e no Brasil eh retratado como inocente, como um pais “santo”, qualquer pessoa que viaja (nao pra os estados unidos) e ler outras fontes de informacao descobre que o que esta acontecendo em Gaza e na propria palestina eh uma mistura de Apartheid com Holocausto, o mundo esta assitindo um pais invadir e tomar as terras de outro pais, privar a sociedade civil de qualquer possibilidade de uma vida digna, fazer absolutamente nada para atingir a paz, e mesmo assim nao se fala nada, eh um silencio aqui no Brasil onde a imprensa so mostra o que vem filtrado dos Estados Unidos, eh uma vergonha isso e infelizmente as pessoas com preguica mental repetem o que os dizem para repertir….
Você não tem a minima noção do que seja holocausto. Antes da guerra a Polonia tinha 3 milhôes de judeus, quando acabou a guerra existiam menos de cem mil. Os palestinos se multiplicam como coelhos, deve ser um holocausto reverso.
Admiro a coragem dos que expoem publicamente a sua falta de conhecimento e a ignorância em relação ao que escreve.
Tantos livros à disposição, internet dentro de casa, bibliotecas públicas, entre outros para se instruir, mas, a irresístivel vontade de mostrar toda a potencialidade de ser e mostrar-se analfabeto funcional, fala mais alto !!
Parabéns !!
As imagens que temos são as mesmas que vocês mandam.
A leitura dos jornais no leva a uma conclusão de que em Gaza a situação é terrível, que estão sofrendo bastante…e que vivem como os piores favelados do Brasil…
Uma cidade semidestruída com pessoas tristes perambulado pelas ruas.
Um lugar onde a tensão de viver o próximo conflito sempre fala mais alto que o cotidiano; a rotina de sair de casa para comprar quaisquer mantimentos ou visitar algum parente, amigo ou vizinho. Onde as questões nacionais sempre são mais importantes que o casamento de seu irmão, o nascimento de um filho ou a descoberta de uma música nova. Eu sempre penso que, nessa região, as pessoas não se tornam pessoas, transformam-se em soldados.
Imagino que todos se sentem bem mais seguros em Gaza do que em qualquer cidade brasileira. Aliás, sei que no Iraque e Afeganistão também se sentem assim. Também imagino que o políticos de lá não sejam tão corruptos – e certamente não o são, é preciso vasculhar muito para encontrar TANTOS corruptos (e além disso, impunes) quanto aqui.
Desejo que árabes, judeus e palestinos possam, um dia, viver em Paz. Que Deus, apesar de ser brasileiro, possa ajudá-los em sua bondade infinita.
Mas sem brincadeira (de mau gosto, por sinal): Assisti ao prog “O mundo segundo os brasileiros” (band, 2ªs feiras, depois do “cqc”) rodado em Israel, é tranquilo, tudo numa boa. Com toda certeza a gente se sentiria bem mais seguro do que em qualquer lugar do Brasil. E mesmo que um ou outro morra de vez em quando (sem menosprezar, sou absolutamente contra todo e qualquer tipo de violência), pelo menos a gente sabe que eles estão em guerra. Ruim mesmo é essa nossa guerra não-declarada nas ruas e no trânsito (enquanto nossas autoridades se preocupam com os conchavos para as próximas eleições, ou quem vai ser indicado para saquear algum ministério).
Em resumo: qualquer lugar do mundo, mesmo nas regiões com conflitos armados, é mais seguro do que viver no Brasil.
Meus caros, nesse momento estou em Hizma, Jerusalem Al Quds, estou a 300 metros de um muro construído pelos Israelenses com o objetivo de “separar” e manter os Palestinos do lado de cá!!! Acontece, que els entram aqui, tomam terras, expulsam familias de suas casas, e constroem colonias judias. Para eu ir da minha casa até Ramallah, 20 km, passo por dois check com soldados de Israel, fortemente armados. Em Gaza, ao menos, eles não entram, a cidade é rica, tem uma vida normal, recebem ajuda do Egito, e recebem dinheiro de ajuda humanitária do mundo todo. Evidente que o receio é constante, mas acredito, estão melhores do que nós que estamos constantemente a merçe das decisões politicas do governo de Israel.
é uma super prisão. lógico q os jornais não escrevem. quem está pagando o holocausto é o povo palestino. para intender o q acontece na Palestina assista http://www.youtube.com/watch?v=3jNYlUj2gMU
A historia sionista (The Zionist Story) completo e com legendas corrigidas
Uma área caótica. Perigosa de até se passar nela. Ataques constantes de israelitas. Vida impossível.
Esta ladainha mentirosa de que Israel roubou terras dos “”palestinos”” e que
estes sao uns coitadinhos ja nao colam mais.
Pois e sabido que o Hamas que impera em
Gaza e que faz esta propaganda enganosa,quando eles sao os responsaveis
por toda essa situacao nao resolvida com Israel,e nem com eles mesmos.Enquanto houver por parte deles em acabar conosco
podem tirar o cavalinho da chuva de terem
um Estado para si.Nao vai haver NUNCA.
Eu imagino que Gaza deve ser um lugar infinitamente melhor que a maioria das cidades brasileiras. Apesar de “não vivermos conflitos” conforme os jargões jornalísticos, vivemos um verdadeiro holocausto sem direitos de ir e vir estabelecido pela violência e plena conivência dos governos.
A mídia em geral, sistema, passa para pessoas que todos que não compartilham com os eua são terroristas, briguentos e todos acreditam! Os eua estão por tráz de tudo que acontece de ruim no mundo e no entanto as pessoas têm a maior admiração pelo país! Onde corre dinheiro, todos silenciam, deixam de existir caráter, moral! Assim eh o mundo!!
Um pedaco de terra que foi devolvido aos Palestinos com infra estrutura plena, de escolas a hospitais, porem esse mesmo povo elegeu governantes corruptos e terroristas, que querem somente investir em guerra contra Israel. Eh um povo sofrido, atrasado, que considera mulheres seres inferiores, sem direito a educacao. Infelizmente eles nao consegue aprender com o vizinho Israel, que respeita todas as religioes, eh democratico, livre e moderno. Sao pessoas miseraveis, principalmente de educacao, escravizadas por uma religiao que visa perpetuar a situacao mediocre em que elas se encontram. Eh de dar pena dos Palestinos mesmo, pq eles nao conseguem entender o conceito (e os beneficios) de uma sociedade democratica e igualitaria (onde homens e mulheres sao iguais).
A região da faixa de Gaza, existe mais de uma cidade, vive tranquilamente com hoteis 5 estrelas e comida a vontade, poderia ser melhor se eles não gastassem o dinheiro doado para comprar e jogar foguetes em Israel.
Uma cidade que sofre com a destruição e o abandono, com milhares de pessoas precisando de ajuda!
Gaza é colorida e multifacetada.
Com seus hotéis e restaurantes de luxo à beira mar. Com seu novo Mall de grifes de luxo e suas feiras livres cheias das cores do Oriente.
Com seus subterrâneos dos túneis de contrabando. Trazendo do Egito, armas, munições, carros e camionetes, materiais de construção, alimentos, e tudo o mais que se possa ser consumido, bem como usado para atacar israelenses. Com seus paióis de munições e armas debaixo de Mesquitas, escolas e hospitais. Num intricado de labirintos para atacar, fugir e se esconder da provável retaliação.
Com suas favelas idênticas á qualquer periferia dos países árabes e igual à de qualquer país pobre com suas desigualdades sociais.
Com suas escolas que o hamas proibiu que tenham turmas mistas. Com seus clubes recreativos que o hamas separou meninos de meninas.
Com suas prisões repletas de homens do fatah e supostos colaboradores. Que agradecem não terem sido abatidos à luz do dia e arrastados por motos para um bom aprendizado dos observadores e passantes.
Com os destroços da destruição dos campos dos assentamentos judaicos, que logo após serem abandonados foram destruídos totalmente pelos gazans. Sendo a imagem viva da idiotice do ódio destrutivo.
E finalmente, mais do qualquer imagem, o que nos remete e frustra em relação à Gaza, é a de que a política de “paz por terras” transformou um pedaço do futuro Estado Palestino num lugar onde a intolerância e o ódio sobrepujou (até o momento), a vontade de conciliação e busca de um convívio suportável entre diferentes.
Ha 2 anos atras o Hamas destruiu um
Parque Aquatico,onde fora investido muito
dinheiro, pelo simples motivo
de que o Hamas nao queria diversao em
Gaza.A diversao deles e matar Israelenses,
ai pode.
Imagino Gaza uma área sitiada com todos os malefícios que isso traz pra quem vive lá.Diogo,aproveitando o ensejo vc saberia dizer como a população vê a administração de Gaza,de quanto é e como é aplicado o seu orçamento?De onde vem a fonte de geração e fornecimento de água e energia elétrica?Bom trabalho e obrigado.
Oi Moises, parte do orcamento destinado a Gaza vem da ONU, de doacoes de paises arabes e de parte dos impostos arrecados em Israel. Fornecimento de energia eletrica e água vem de Israel.
Gaza é o maior simulacro contemporâneo – mais significativo que Las Vegas e Dubai juntas. Mas também tem Mercedes e hotéis 5 estrelas, esse “campo de concentração ao ar livre”. Também tem uma “cultura” doente e maligna como possivelmente nenhuma outra na história: as elites (palestinas e árabes) instilando ódio em suas crianças desde que nascem, glorificando a morte e o terror. Também exibe uma indústria midiática incrível, Pallywood, da qual participa boa parte da população e da mídia global. Não podemos esquecer dos representantes eleitos, Hamas, que em seu covenant dizem claramente que seu objetivo é o genocídio do estado judeu (ops, sionista). Indeed, um local aprazível – pena que quase nunca apareça desta forma na mídia.
Gaza é um lugar árabe como qualquer outro – desigualdades sociais com extrema riqueza e pobreza imensa convivendo lado a lado, governo extremamente corrupto e agarrado de unhas e dentes a toda a dinheirama ali derramada pelas organizações internacionais que os consideram coitadinhos e eternas vítimas do Sionismo, crianças e jovens sendo alfabetizados no ódio contra judeus e treinados para matá-los se puderem, religião a serviço da ideologia do ódio ao “inimigo”, etc. Poderia se tornar numa Singapura do Oriente Médio com muita educação e riqueza distribuída a todo mundo, mas parece que não compensa. Multidões de desinformados e outros de muita má fé têm repetido como papagaios loucos que Gaza é nada mais que um grande campo de concentração. Isso apenas mostra a tremenda ignorância dessas pessoas que poderiam ter tido a (dolorosa) experiência de passar apenas um dia em Auschwitz ou num Gueto de Varsóvia. Certamente aprenderiam sobre campo de concentração.