Orientalíssimo https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br por Diogo Bercito Tue, 30 Nov 2021 20:49:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pesquisadoras brasileiras dão aulas virtuais sobre o Oriente Médio https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/pesquisadoras-brasileiras-dao-aulas-virtuais-sobre-o-oriente-medio/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/07/pesquisadoras-brasileiras-dao-aulas-virtuais-sobre-o-oriente-medio/#respond Tue, 07 Jul 2020 14:30:58 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/017L12100_6CWYP.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=5534 As pesquisadoras Monique Sochaczewski e Muna Omran oferecem uma série de cursos online sobre o Oriente Médio em julho e agosto. As aulas são realizadas na plataforma Zoom, com três ou quatro encontros. O destaque, na avaliação deste Orientalíssimo blog, são os cursos sobre curdos e armênios —  temas ainda menos estudados.

Para mais informações sobre inscrições e preços, o email de contato de Sochaczewski é cursosorientemedio@gmail.com. Já email de Omran é trabulsie@gmail.com. Vejam abaixo a lista dos cursos disponíveis:

Escritores do Oriente Médio (Sochaczewski e Omran)
As pesquisadoras falam sobre o escritor turco Orhan Pamuk, o libanês Amin Maalouf, o israelense Amoz Oz e o palestino Edward Said.
Terças e quintas-feiras: 14, 16, 21 e 23 de julho das 19h às 20h30.

Israel e Palestina (Sochaczewski)
O curso aborda temas como sionismo, o estabelecimento de Israel, nacionalismo palestino, a guerra de 1948 e o conflito israelo-palestino.
Segundas e quartas-feiras: 20, 22, 27 e 29 de julho das 19h às 20h30.

Síria: História, Cultura e Reflexões na Literatura (Omran)
Omran apresenta a história da Síria a partir de suas lutas pela independência e a chegada da família Assad ao poder nos anos 70.
Segundas-feiras: 3, 10, 17 e 21 de julho às 17h30.

Sobre os Curdos (Sochaczewski)
O curso ministrado por Sochaczewski tem enfoque na história dos curdos, sua presença na Turquia e a participação de mulheres curdas.
Sábados: 18 e 25 de julho e 1 de agosto das 10h às 11h30.

Os Armênios (Sochaczewski e Heitor Loureiro)
Em parceria com o historiador Heitor Loureiro, Sochaczewski fala sobre a história dos armênios, seu genocídio e sua diáspora.
Quartas-feiras: 5, 12, 19, e 26 de agosto das 19h às 20h30.

Terrorismo Através da História (Sochaczewski)
Neste curso, Sochaczewski aborda a história do terrorismo, da onda anticolonial, da nova esquerda e de sua intersecção com a religião.
Quartas-feiras: 5, 12, 19 e 26 de agosto das 15h às 16h30.

Arábia Saudita e Irã (Sochaczewski e Najad Khouri)
Sochaczewski e Najad Khouri falam sobre a história desses dois países médio-orientais, tocando em questões gerais sobre islã e política.
Quinta-feiras: 6, 13, 20 e 17 de agosto das 19h às 20h30.

Recortes Israelenses (Sochaczewski)
A historiadora fala sobre Israel a partir de quatro temas específicos: Tel Aviv, cultura, empreendedorismo e recursos hídricos.
Sábados: 8, 15, 22 e 29 de agosto das 10h às 11h30.

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Na TV, série histórica cria tensão entre Turquia e países árabes https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/04/na-tv-serie-historica-cria-tensao-entre-turquia-e-paises-arabes/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/04/na-tv-serie-historica-cria-tensao-entre-turquia-e-paises-arabes/#respond Wed, 04 Dec 2019 15:38:36 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/kingdoms-of-fire-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=4981 Produzida pelos Emirados Árabes com financiamento da Arábia Saudita, a série de TV “Kingdoms of Fire” (reinos de fogo) trata de longínquos acontecimentos do século 16. As reações, no entanto, têm sido bastante contemporâneas. O lançamento da mega-produção de R$ 170 milhões — que deve eventualmente chegar ao catálogo do Netflix — tem tensionado as relações entre Egito, Golfo e Turquia. A direção é do britânico Peter Webber (“Moça com Brinco de Pérola”).

“Kingdoms of Fire” narra a disputa entre o sultão otomano Selim I, baseado em Istambul, e o mameluco Tuman Bay II, baseado no Cairo. Quem leu nas entrelinhas, porém, enxergou bastantes outras questões na telinha. Uma das maneiras de entender a série é por meio do que tem acontecido nestes últimos anos no Oriente Médio.

As relações entre a Turquia e o Egito, por exemplo, foram prejudicadas pelo apoio dado pelo governo turco ao ex-presidente egípcio Mohamed Mursi, um islamita deposto por um golpe militar em 2013. Daí a análise contemporânea da briga entre Selim e Tuman, que é de certa forma projetada nos governantes atuais — a série parece acenar à disputa entre o turco Recep Tayyip Erdogan e o egípcio Abdel Fattah al-Sisi.

A série também pode expressar as recentes desavenças entre a Turquia e a Arábia Saudita, que exibe o show em seu canal MBC. A Turquia acusa a Arábia Saudita de ter mandado matar, no ano passado, o jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado daquele país em Istambul. Khashoggi era um duro crítico à monarquia saudita.

De maneira mais geral, “Reinos de Fogo” incomoda também por representar o Império Otomano como uma potência subjugando países árabes. Foi assim que o produtor Yasir Harib se referiu à série, dizendo que o enredo tratava da disputa entre Tuman Bay e o “ocupador otomano Selim I no Cairo”. A palavra “ocupador” que machucou.

Há um debate entre historiadores sobre como tratar da presença otomana no Oriente Médio, encerrada apenas com a queda do Império Otomano depois da Primeira Guerra (1914-1918). Eram realmente uma presença ilegítima? Realmente reprimiram os árabes? Respondendo que “sim”, egípcios têm pedido que o governo remova o nome de otomanos de ruas do Cairo — em especial, o nome de Selim I.

Comentando a série, o político turco Yasin Aktay discordou dessa visão e escreveu que “havia pessoas entre os árabes que eram leais até a morte ao califado [otomano] e que lutaram ao lado dos turcos”. “Diversas campanhas foram usadas para romper os laços entre árabes e turcos e semear o ódio entre essas duas nações”, segundo Aktay.

A série “Reinos de Fogo”, que começou em 17 de novembro, terá 15 episódios. Por ora, é possível assistir gratuitamente por meio do site da emissora MBC. O áudio é em árabe, mas há legendas em inglês.

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No mês do ramadã, agricultoras turcas trabalham em jejum; veja fotos https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/no-mes-do-ramada-agricultoras-turcas-trabalham-em-jejum-veja-fotos/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2018/06/19/no-mes-do-ramada-agricultoras-turcas-trabalham-em-jejum-veja-fotos/#respond Tue, 19 Jun 2018 12:53:43 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/20180612-IMG_8448-e1529310161775-320x213.jpg http://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=3837 O mês sagrado do ramadã terminou no último dia 15 com o tradicional festival do Eid al-Fitr, que durou três dias. Muçulmanos encerraram, portanto, um duro período de jejum que consideram como um dos pilares de sua religião. O fotógrafo brasileiro Ian Cheibub, que passa uma temporada na Turquia, acompanhou agricultoras na cidadezinha do Serik –trabalhando a terra sem poder comer ou beber do nascer ao por do sol. A convite deste Orientalíssimo blog, ele narra a experiência e divide as fotos que tomou nas últimas semanas, registrando o “oruç”.

Ian Cheibub
SERIK Em Serik, uma pequena cidade a 40 quilômetros de Antália, no sudoeste da Turquia, a agricultora Aysun Ozbek, 50, é uma das poucas camponesas de sua região que faz o “oruç” (jejum, em turco) no ramadã. No mês sagrado dos muçulmanos, que celebram a revelação do Alcorão no calendário islâmico, ela não come nem bebe, nem mesmo água, durante o dia. É um momento de reflexão e purificação.

A senhora, que neste ano completa 40 anos de “oruç” no ramadã, planta pimenta, pimentão e tomates em suas cinco estufas durante a primavera na Turquia. Com o verão se aproximando, o calor muitas vezes torna o trabalho na estufa inviável, fazendo com que Ozbek reduza pela metade –de oito para quatro– as horas em que trabalha.

Os dias em Serik são bastante longos durante o fim da primavera. No 26° dia de ramadã, havia luz desde as 5:37 da manhã até as 20:18. “É um mês difícil, mas muito importante pra nós. Por isso nos programamos antes, para o trabalho não ficar muito exaustivo”, a agricultora explica com um imenso sorriso no rosto. A refeição ao por do sol, conhecida como “iftar”, é a melhor parte do dia para Ozbek. Ela conta, orgulhosa, que já leu o alcorão em árabe incontáveis vezes. “É o livro sagrado. Todo muçulmano deveria saber ler as palavras que o profeta escreveu.”

Após o “iftar”, Ozbek estende o tapete no chão da sala e faz a última das cinco orações diárias dos muçulmanos. Vai então dormir, para acordar às 3h, alimentar-se antes de o sol nascer e repetir tudo novamente no dia seguinte. O que às vezes pode soar como um processo doloroso e exaustivo, é para essa agricultora um motivo de orgulho e gratidão.

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