Orientalíssimo https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br por Diogo Bercito Tue, 30 Nov 2021 20:49:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Revista do Estado Islâmico havia sugerido ataque com caminhão em edição de novembro https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/12/21/revista-do-estado-islamico-havia-sugerido-ataque-com-caminhao-em-edicao-de-novembro/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/12/21/revista-do-estado-islamico-havia-sugerido-ataque-com-caminhao-em-edicao-de-novembro/#respond Wed, 21 Dec 2016 13:00:10 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/Rumiyah3-180x71.png http://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2591 A edição de novembro da revista “Rumiyah”, publicada pela organização terrorista Estado Islâmico, havia sugerido ataques que se assemelham ao cenário em Berlim nesta segunda-feira (19). O exemplar, disponível na internet, exemplifica diversas das táticas para “privar os inimigos de Deus de um sono pacífico”. Uma das ideias é usar um veículo como arma.

Capa da revista "Rumiyah", publicada pelo Estado Islâmico. Crédito Reprodução
Capa da revista “Rumiyah”, publicada pelo Estado Islâmico. Crédito Reprodução

O método, segundo a revista, é lançar-se em alta velocidade “contra uma grande aglomeração de infiéis”, “esmagando seus corpos”. O texto é bastante descritivo a respeito dos efeitos do impacto no corpo das vítimas. Veículos são, segundo o Estado Islâmico, extremamente fáceis de adquirir e não levantam suspeitas.

A revista especifica que, para maximizar o dano, é preferível utilizar um veículo pesado. O ideal, segue o texto, é um caminhão carregado. A organização terrorista lista também os principais alvos para a estratégia, como ruas lotadas e mercados. O texto, por fim, ensina uma prece a ser feita antes de embarcar no veículo antes do atentado, que culmina em “nós de fato iremos retornar ao nosso senhor”.

Veículos, em especial os caminhões, são uma tática com alguma história entre organizações terroristas. A rede Al Qaeda já havia descrito os caminhões em 2010 em uma edição de sua revista “Inspire” como “uma máquina ceifadora, não para cortar a grama, mas para aparar os inimigos de Deus”. Era uma das sugestões dadas pela revista, que também ensinou em outro número a montar uma bomba caseira em uma panela de pressão.

Trecho da revista "Inspire", da Al Qaeda. Crédito Reprodução
Trecho da revista “Inspire”, da Al Qaeda. “A máquina de ceifar definitiva”. Crédito Reprodução

A estratégia voltou a circular em 2014, quando um porta-voz do Estado Islâmico pediu que militantes no exterior atropelassem os inimigos do auto-proclamado califado. Houve uma série de tentativas menores com essa tática até o atentado de Nice, em julho, que deixou 86 mortos no dia da Bastilha. Esse ataque é citado pela revista “Rumiyah” como um exemplo a ser seguido.

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Refugiado sírio vende pinturas e arrecada R$ 1.000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/refugiado-sirio-vende-pinturas-e-arrecada-r-1-000/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/10/10/refugiado-sirio-vende-pinturas-e-arrecada-r-1-000/#respond Mon, 10 Oct 2016 15:02:47 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/myro2-e1476111461970-180x90.jpg http://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2469 Um refugiado sírio conhecido na Grécia como “o pintor de Idomeni” vendeu no domingo (9) dois de seus quadros em um leilão, arrecadando R$ 1.000. As informações são da agência de notícias AFP, reproduzidas pela rede de televisão Al Arabiya. Hassan al-Khatib, graduado em Damasco, havia fugido de Palmira durante a guerra civil que já deixou em torno de 500 mil mortos desde março de 2011.

Obra de Hassan al-Khatib, o "pintor de Idomeni". Crédito Reprodução
Obra de Hassan al-Khatib, o “pintor de Idomeni”. Crédito Reprodução

Khatib decidiu vender as obras para sustentar a família em Atenas, enquanto espera a aprovação de seu pedido de deslocamento para a Finlândia. O leilão foi realizado pela casa de antiquidades Myró, no norte do país. Stavros Myronidis, dono do estabelecimento, afirmou haver cinco outras pinturas prestes a serem vendidas. “Queremos ajudar este homem”, disse à AFP. Ele não cobrou comissão pela venda.

O pintor recebeu o apelido de “o pintor de Idomeni” quando esteve na fronteira entre a Grécia e a Macedônia com sua mulher e quatro filhos, no início do ano. Foi onde ele decidiu “combater a atmosfera sombria com cores”, segundo uma agência de notícias grega. Os detalhes das obras vendidas na casa de antiguidades podem ser vistos clicando aqui e aqui.

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Como as pessoas entravam no mar antes do biquíni e do burquíni? https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/08/22/como-as-pessoas-entravam-no-mar-antes-do-biquini-e-do-burquini/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2016/08/22/como-as-pessoas-entravam-no-mar-antes-do-biquini-e-do-burquini/#respond Mon, 22 Aug 2016 15:49:36 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/outra-180x134.jpg http://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=2399 Quando o biquíni foi criado, há 70 anos, esse traje de banho de duas peças incomodou os mais conservadores. Deixava muita pele à mostra. Hoje em dia, a preocupação na costa francesa é inversa –que mulheres muçulmanas se cubram demais. Diversos municípios proibiram o burquíni, incluindo Cannes e Nice, e têm levado ao debate sobre quem pode decidir o que alguém veste ou deixa de vestir.

O burquíni é a mistura entre o biquíni e a burca, traje que as mulheres muçulmanas conservadoras usam para esconder o corpo e o rosto. No burquíni, porém, o rosto está sempre visível. Essa roupa de banho foi inventada na Austrália por Aheda Zanetti, de origem libanesa, com quem conversei recentemente. “Eu não sou forçada a me vestir com modéstia. É minha escolha. Quero ser assim”, disse. “Visto o biquíni embaixo do burquíni, então tenho o melhor dos dois mundos.”

Máquinas de banho na Bélgica entre 1910 e 1915. Crédito Biblioteca do Congresso
Máquinas de banho na Bélgica entre 1910 e 1915. Crédito Biblioteca do Congresso

Mas, se o biquíni foi criado em 1946 e o burquíni surgiu recentemente, como afinal as pessoas tomavam banho de mar antes disso? O jornal britânico “Daily Mail” publicou uma reportagem respondendo a essa pergunta, com imagens do início do século 20.

As costas da França e da Inglaterra foram especialmente importantes nos séculos 18 e 19, quando era corrente a ideia de que entrar no mar e beber água salgada eram tratamentos médicos eficientes. Nessa época, preocupada com a reputação de quem se aproximasse do mar, a sociedade europeia utilizava as chamadas “máquinas de banho”.

As máquinas de banho eram casinhas ambulantes de madeira dentro das quais era possível trocar de roupa. A engenhoca era depois levada até a beirada do mar, e permitia o nado um pouco menos exposto. Mulheres por vezes entravam na água totalmente vestidas, incluindo o chapéu. No Reino Unido, o banho era segregado entre homens e mulheres.

Desde então, o costume de banhar-se no mar passou por rápidas transformações. Além do biquíni ter se tornado corriqueiro, há na Europa diversas praias dedicadas ao nudismo. As praias não costumam ser frequentadas por muçulmanas mais conservadoras, devido à interpretação do islã que elas seguem, em que é necessário cobrir-se.

Zanetti diz que quando criou o burquíni, há dez anos, seu objetivo era permitir que essas mulheres pudessem ir ao mar e integrar-se, assim, à sociedade australiana. Mas a invenção tem sido criticada na França justamente como um instrumento de segregação da comunidade muçulmana. Também se critica o burquíni como um instrumento da dominação masculina.

Sobre a polêmica, Zanetti diz: “Não acredito que nenhum político pode julgar o que uma mulher veste”.

Mulher vai à praia nas proximidades de Tunis usando o burquíni, neste mês. Crédito Fethi Belaid/AFP
Mulher vai à praia nas proximidades de Tunis usando o burquíni, neste mês. Crédito Fethi Belaid/AFP
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