Orientalíssimo https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br por Diogo Bercito Tue, 30 Nov 2021 20:49:20 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Orientalíssimo tem novo endereço na Folha https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/30/orientalissimo-tem-novo-endereco-na-folha/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/30/orientalissimo-tem-novo-endereco-na-folha/#respond Tue, 30 Nov 2021 20:49:20 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6381 Caro leitor,

Este blog continua na Folha, mas, agora, em um novo endereço. Acesse www1.folha.uol.com.br/blogs/orientalissimo para continuar lendo tudo que o Orientalíssimo publica. Os textos já publicados permanecerão neste espaço para serem lidos e relidos. Clique no link a seguir para ler o primeiro texto publicado no novo endereço do blog: Com agravo de crise histórica, crianças libanesas passam fome.

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No fim do ano, instituições oferecem cursos sobre o Oriente Médio https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/23/no-fim-do-ano-instituicoes-oferecem-cursos-sobre-o-oriente-medio/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/11/23/no-fim-do-ano-instituicoes-oferecem-cursos-sobre-o-oriente-medio/#respond Tue, 23 Nov 2021 19:20:37 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Israel-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6359 Nesta semana, o IBI (Instituto Brasil-Israel) oferece uma aula online gratuita sobre as relações entre israelenses e palestinos – um constante tema do noticiário, central ao Oriente Médio contemporâneo. O curso, dado por Tanguy Baghdadi, ocorre na quinta-feira (25) às 19h do horário de Brasília. Baghdadi é professor de relações internacionais do Ibmec, podcaster do Petit Journal e comentarista da Globonews. É preciso se inscrever previamente.

Quem está em busca de mais cursos para este fim de ano pode consultar, também, o calendário do Gepom (Grupo de Estudos e Pesquisa Sobre o Oriente Médio), que sempre tem boas opções. Entre os destaques está o curso de Monique Sochaczewski sobre os judeus do Império Otomano na sexta-feira (27) às 10h. Sochaczewski é cofundadora e pesquisadora sênior do Gepom. Outro destaque é curso de Muna Omran sobre os direitos LGBT em 9 de dezembro às 18h30. Omran é também cofundadora e pesquisadora sênior do Gepom.

Vale a pena ficar de olho, ainda, no Seminário Internacional do Núcleo de Estudos do Oriente Médio da UFF (Universidade Federal Fluminense). A mesa de abertura aconteceu na segunda-feira (22), mas o vídeo segue disponível no YouTube. Participaram Paulo Gabriel Hulu da Rocha Pinto, Paul Amar, Gisele Chagas e John Tofik Karam. Há uma série de outras mesas programadas para estas próximas semanas.

Uma última sugestão é o curso “Pensando a Palestina: direitos humanos e solidariedade internacional”, da rede FFIPP. As aulas começam no dia 4, às 10h. Entre os professores estão o sociólogo palestino Baha Hilo, a bióloga palestina Muna Odeh e o professor da PUC-SP Bruno Huberman. É necessário fazer a inscrição prévia.

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Embaixada do Brasil no Cairo inaugura mostra de fotos de Dom Pedro https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/embaixada-do-brasil-no-cairo-inaugura-mostra-de-fotos-de-dom-pedro/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/embaixada-do-brasil-no-cairo-inaugura-mostra-de-fotos-de-dom-pedro/#respond Thu, 28 Oct 2021 15:15:53 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Screen-Shot-2021-10-28-at-10.45.17-AM-320x213.png https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6341 Em celebração do aniversário de 150 anos da primeira visita de Dom Pedro 2º ao Egito, a Embaixada do Brasil no Cairo inaugura em novembro uma exposição de fotografias do século 19 reunidas pelo imperador durante sua passagem no país. São 90 reproduções em alta resolução, raros registros de um Egito em vias de transformação.

Dom Pedro visitou o Egito duas vezes, em 1871 e em 1876, uma história que contei na Folha há alguns anos. Ele era um entusiasta da história da região e estudava árabe. Nessas visitas, o imperador reuniu centenas de fotografias – e tomou as suas próprias também. O material hoje integra a coleção Dona Thereza Christina Maria. Tanto as fotografias coletadas quanto as cadernetas de anotações de Dom Pedro são reconhecidas pela Unesco como registro da memória do mundo.

Em um artigo publicado no principal jornal do Egito, al-Ahram, o embaixador Antônio Patriota escreveu que a exposição serve de lembrete “de como o Egito fascinou todos os cantos do mundo”. “É também um incentivo para os brasileiros e egípcios para continuar a unir forças na promoção da cultura, para benefício não apenas das nossas sociedades, mas também de uma audiência global mais ampla.”

A mostra “De Volta ao Egito: Uma Coleção Brasileira de Fotografias” está em cartaz de 3 a 30 de novembro no Centro de Arte de Gezira, no bairro de Zamalek. Além da organização da embaixada brasileira, a exposição conta com a parceria do Ministério da Cultura do Egito.

Imagem do Egito tomada no século 19. A fotografia faz parte da coleção de Dom Pedro. Crédito Reprodução
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Revista produzida por jornalistas do Oriente Médio celebra um ano https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/11/revista-produzida-por-jornalistas-do-oriente-medio-celebra-um-ano/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/10/11/revista-produzida-por-jornalistas-do-oriente-medio-celebra-um-ano/#respond Mon, 11 Oct 2021 14:57:32 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Screen-Shot-2021-10-11-at-10.50.05-AM-320x213.png https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6327 Árabes, muçulmanos e suas diásporas costumam reclamar – em geral, com toda a razão – da cobertura feita por veículos estrangeiros. Grandes jornais e canais de TV de fora do Oriente Médio têm as suas limitações, incluindo uma longa dificuldade em entender as nuances da região. Existe também um enfoque excessivo em temas como terrorismo e religião, contribuindo à construção de estereótipos.

Nesse contexto, é alegre a celebração do primeiro aniversário da revista New Lines. Produzida em inglês por gente do Oriente Médio ou com excepcional familiaridade com a região, essa publicação tem conseguido trazer complexidade ao debate público. “Profundidade e nuance”, como eles mesmo apregoam no texto de aniversário – além de amplificar as vozes locais, desafiando as narrativas pré-fabricadas.

A equipe inclui nomes de peso como o de Hassan Hassan, especialista em terrorismo e co-autor do best-seller “ISIS: Desvendando o Exército do Terror”. Também faz parte da equipe o jornalista Kareem Shaheen, que foi correspondente do britânico Guardian no Oriente Médio.

A língua inglesa limita, é claro, a audiência da revista. Este Orientalíssimo blog costuma evitar essas sugestões, que não são acessíveis a todos. Mas a consolidação da New Lines é uma boa notícia em si, e o conteúdo vale o esforço da leitura no idioma estrangeiro.

Entre os destaques do primeiro ano da New Lines, compilados pela equipe deles, está uma reportagem sobre o gênero da ficção científica em árabe. A revista também publicou textos relevantes, com furos, como o perfil que Feras Kilani escreveu sobre o novo auto-proclamado califa da organização terrorista Estado Islâmico. Ademais, quem leu o trabalho de Fazelminallah Qazizai no Afeganistão talvez não tenha se surpreendido com o retorno do Talibã no Afeganistão neste ano.

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Fotógrafo brasileiro lança livro sobre as suas origens no Líbano https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/fotografo-brasileiro-lanca-livro-sobre-as-suas-raizes-no-libano/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/fotografo-brasileiro-lanca-livro-sobre-as-suas-raizes-no-libano/#respond Wed, 15 Sep 2021 14:30:43 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/bruno2-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6312 Acaba de chegar às minhas mãos o livro “Deus Também Descansa”, do fotógrafo brasileiro Bruno Bou Haya. Lançado em 2020 pela Vento Leste, o trabalho reúne imagens feitas por Haya durante uma viagem ao Líbano em julho de 2019. O assunto, é claro, interessa e muito a este Orientalíssimo blog, que tem cada vez mais publicado notícias sobre a intersecção entre o Brasil e o Líbano. Lancei em maio o livro “Brimos: Imigração Sírio-Libanesa no Brasil e Seu Caminho Até a Política”.

A avó de Haya migrou do Líbano para o Brasil em 1948. Chegou ao Rio Grande do Sul grávida e, como tantos outros migrantes, trabalhou no comércio. A família teve três lojas no Saara, complexo comercial no Rio de Janeiro equivalente à rua 25 de Março em São Paulo. O fotógrafo cresceu ouvindo as histórias de seus antepassados libaneses. Na busca por uma ideia mais sólida de suas raízes, visitou o vilarejo de Beit Menzer — no nordeste do Líbano, próximo a lugares como Ehden e Bsharri. Sua mãe o acompanhou na jornada de auto-descoberta.

As imagens de “Deus Também Descansa” são um importante material visual para a discussão da história da migração libanesa e seus impactos nas gerações de descendentes. O retorno à terra ancestral é um tema central na história de outros descendentes, que processam suas origens de maneiras diferentes. Um outro modo de entender a origem levantina é a literatura, caso de Milton Hatoum, autor de “Dois Irmãos”. Hatoum também é descendente de migrantes libaneses.

Para além das fotografias feitas em Beit Menzer, Haya inclui alguns valiosos documentos históricos no livro. Aparece, por exemplo, uma imagem de seu tio-avô Youssef recebendo o então senador Juscelino Kubitschek no Líbano em 1961. O livro é acompanhado também de uma reprodução de uma edição do jornal O Cedro,  publicado por libaneses em São Paulo, noticiando a morte de Youssef em 1964.

Imagem de “Deus Também Descansa”, de Bruno Bou Haya. Crédito Divulgação

 

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Curta investiga as raízes de família síria que migrou para o Brasil https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/31/curta-investiga-as-raizes-de-familia-siria-que-migrou-para-o-brasil/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/31/curta-investiga-as-raizes-de-familia-siria-que-migrou-para-o-brasil/#respond Tue, 31 Aug 2021 21:03:03 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/InMemoriam-320x213.jpeg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6295 Despretensioso, o curta-metragem documental “In Memoriam” tem apenas um personagem: o sírio Jorge Samman. Atrás do volante de seu carro e debruçado em uma mesa de café, entre baforadas de cigarro, ele fala por dez minutos sobre sua família. Depois, os créditos sobem.

Apesar da despretensão –ou justamente por causa dela– “In Memoriam” é um dos destaques desta edição da Mostra Mundo Árabe de Cinema. O curta documenta a busca do cineasta brasileiro Otavio Cury por suas raízes familiares na Síria. O filme acaba tocando, assim, em temas fundamentais da comunidade de origem árabe no Brasil, cuja história aliás eu conto no meu recém-lançado livro “Brimos”.

Em 2001, Cury foi até a cidade síria de Homs à procura de mais informações sobre a sua família. Seu bisavô, Daud Constantino al-Khoury, tinha sido um dos principais dramaturgos sírios. O cineasta transformou aquela experiência no documentário “Constantino”, de 2012. Narrado em primeira pessoa, o filme tem um caráter bastante autoral, visceral, acompanhando a auto-descoberta de Cury.

Foi em 2001 que Cury conheceu Jorge, primo de segundo grau de seu pai. Em 2009, em uma segunda viagem, o cineasta brasileiro gravou sua conversa com o parente usando uma câmera portátil. Jorge, porém, adoeceu antes das gravações oficiais de “Constantino” no final de 2009. Portanto, ele infelizmente não aparece no documentário de 2012.

Este novo filme, “In Memoriam”, resgata aquelas primeiras imagens. Resgata, também, o personagem de Jorge. A aparente simplicidade de sua fala esconde camadas e camadas de história familiar, um importante registro da experiência de migrantes sírios no Brasil. Jorge narra a vida e morte de seus parentes. Ele também flerta com o fantástico e o poético, Cury diz a este Orientalíssimo blog. Por exemplo, na história do homem que morre abraçado a um cavalo. É um interessante documento de história oral, para os interessados na área.

Nos curtos dez minutos de conversa, Jorge cita as instituições fundadas por sírios no Brasil – como o Clube Homs – e o ex-governador Paulo Maluf, de origem libanesa. Ele fala em espanhol porque, apesar de ter nascido na Síria, viveu na Argentina, como tantos outros migrantes.

O curta “In Memoriam” está em cartaz até 16 de setembro na Mostra Mundo Árabe de Cinema. Como os demais filmes, a exibição é gratuita. Há mais informações sobre o evento em uma publicação anterior aqui no blog. O diretor Cury participa, ademais, de um bate-papo neste dia 1º às 17h com o cineasta Wissam Tanios, a reitora da Unifesp e idealizadora da mostra Soraya Smaili e o historiador Murilo Meihy.

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Mostra de cinema árabe traz sete filmes inéditos para o Brasil https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/09/mostra-de-cinema-arabe-traz-sete-filmes-ineditos-para-o-brasil/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/08/09/mostra-de-cinema-arabe-traz-sete-filmes-ineditos-para-o-brasil/#respond Mon, 09 Aug 2021 17:40:44 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/200-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6272 Estreia em 19 de agosto a 16ª edição da Mostra Mundo Árabe de Cinema. O evento – já tradicional no calendário cultural de São Paulo – ocorre virtualmente neste ano. Os filme serão transmitidos pelo site oficial da mostra e pela plataforma Sesc Digital. Haverá também painéis, reunindo diretores e especialistas para debater as produções.

No dia 27 de agosto, às 18h, o autor deste Orientalíssimo blog media um debate entre o cineasta palestino Ameen Nayfeh e a historiadora brasileira Maria Aparecida Aquino, da Universidade de São Paulo.

A Mostra Mundo Árabe de Cinema é uma realização do ICArabe (Instituto de Cultura Árabe), com correalização do Sesc São Paulo e patrocínio da Casa Árabe. Com curadoria de Arthur Jafet, o evento traz neste ano sete filmes inéditos no Brasil. Veja abaixo os trailers deles:

Caos / Áustria, Síria, Líbano, Qatar / 2018

Aclamado documentário de Sarah Fattahi sobre três mulheres sírias deslocadas devido à cruenta guerra civil que assola o país desde 2011.

Chave de Fenda / Palestina, Qatar e EUA /  2018

Thriller psicológico de Bassam Jarbawi sobre a reintegração de palestinos à sociedade após suas detenções em prisões israelenses.

Os Espantalhos / Tunísia, Marrocos e Luxemburgo / 2019

Mais uma produção sobre a reabilitação social de prisioneiros. Neste caso, Nouri Bouzid conta a história de mulheres detidas na Tunísia.

Nós somos de lá / Líbano, França / 2020

Documentário de Wissam Tanios sobre dois irmãos fugindo da guerra na Síria. Vão para  Alemanha e a Suécia, onde eles recomeçam do zero.

Bagdá Vive em Mim / Suíça, Alemanha, Reino Unido / 2019

Longa de ficção de Samir Jamaleddine sobre a integração de migrantes iraquianos em Londres e o seu contato com os valores sociais locais.

A 200 Metros / Palestina, Jordânia, Qatar, Suécia, Itália / 2020

Filme de Ameen Nayfeh sobre a luta de um pai desesperado para cruzar o muro que divide a Cisjordânia e Israel — apenas 200 metros.

In Memoriam / Brasil, Argentina, Síria / 2021

Curta de Otávio Cury de tom auto-biográfico sobre a busca de um descendente de sírios por suas raízes na terra dos antepassados.

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5 livros para conhecer o Líbano, país que se aproxima de um colapso https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/20/5-livros-para-conhecer-o-libano-pais-que-se-aproxima-de-um-colapso/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/20/5-livros-para-conhecer-o-libano-pais-que-se-aproxima-de-um-colapso/#respond Tue, 20 Jul 2021 16:31:54 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/Libano-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6254 O Líbano vive uma crise sem precedentes. Seu PIB (produto interno bruto) encolheu 20% em 2020 e deve retrair 9,5% neste ano. A libra perdeu mais de 90% de seu valor em relação ao dólar. Mais de metade da população vive abaixo da linha da pobreza. Com tudo isso, o Banco Mundial alertou em junho que o país pode passar por um dos piores colapsos econômicos de todo o mundo desde meados do século 19.

Esse desastre tem passado batido no Brasil, o que é surpreendente. É aqui que vive a maior diáspora libanesa do mundo, estimada em milhões de pessoas. O quibe e a esfiha que comemos diariamente em cidades como São Paulo vieram de lá, assim como as famílias de políticos como Fernando Haddad, Paulo Maluf e Michel Temer.

Para quem quiser conhecer mais sobre o país, este Orientalíssimo blog compila abaixo cinco sugestões de leitura. Se você precisar de uma recomendação específica, fique à vontade para me escrever um email.

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“UMA HISTÓRIA DOS POVOS ÁRABES”, DE ALBERT HOURANI
A primeira sugestão é um livro de base, para um contexto mais geral sobre a história da região. Albert Hourani era um pesquisador britânico-libanês e sua obra é um dos textos de referência para quem está começando a estudar o Oriente Médio. É uma leitura por vezes densa, mas essencial para entender de onde vem o Líbano moderno.

“OS ÁRABES: UMA HISTÓRIA”, DE EUGENE ROGAN
Esta segunda indicação é também para quem precisa de contexto histórico, antes de se debruçar nos detalhes. Eugene Rogan, que foi pupilo de Hourani, narra a história do Oriente Médio desde a chegada dos otomanos no século 16 até hoje. Prestem atenção, em especial, aos trechos sobre o príncipe druso Fakhr al-Din e o protetorado francês.

“OS LIBANESES”, DE MURILO MEIHY
O livro do historiador brasileiro Murilo Meihy é uma excelente porta de entrada para a história libanesa e sua cultura. Meihy escreve para um público amplo, sem jargões. Ele fala, por exemplo, sobre a arte de fumar narguilé — e de xingar. Meihy também toca brevemente nas relações entre Líbano e Brasil, no contexto da migração em massa.

“POBRE NAÇÃO”, DE ROBERT FISK
O premiado (e controverso) jornalista britânico Robert Fisk narra, nesta conhecida obra, a Guerra Civil Libanesa, travada de 1975 a 1990. Fisk foi um dos poucos repórteres a testemunhar aqueles eventos, que moldaram também as histórias dos países vizinhos Israel e Síria. Seu livro é um clássico para conhecer melhor o Líbano contemporâneo.

“A HOUSE OF MANY MANSIONS”, DE KAMAL SALIBI
Esta última sugestão é para quem lê em inglês. O livro do libanês Kamal Salibi é fundamental para conhecer melhor os debates historiográficos a respeito do Líbano — ou seja, como a história do país foi escrita. Salibi analisa uma série de narrativas, como a de que os libaneses são descendentes dos fenícios. Ele fala também do nacionalismo árabe.

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Com cônsul honorário em Campinas, Líbano amplia presença no Brasil https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/com-novo-consulado-em-campinas-libano-expande-diplomacia-no-brasil/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/07/08/com-novo-consulado-em-campinas-libano-expande-diplomacia-no-brasil/#respond Thu, 08 Jul 2021 16:12:01 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/Temer-e1625759620559-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6231 O governo libanês inaugurou nesta segunda-feira (5) um consulado honorário em Campinas, no interior de São Paulo. O novo escritório, que será chefiado pelo cônsul honorário Miled El Khoury, faz parte de um projeto de ampliação da representação do Líbano no Brasil.

O Líbano já tem embaixada em Brasília e consulados gerais em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nos últimos anos, o país estabeleceu consulados honorários em Belém, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande. Há planos de expansão para Santos e Florianópolis, na sequência. Cônsules honorários têm um trabalho simbólico de aproximação, por exemplo, no âmbito econômico.

Não à toa o Brasil chama tanto a atenção do Líbano. O país abriga hoje a maior comunidade libanesa do mundo. Há controvérsias sobre as estimativas, mas o Itamaraty fala, por exemplo, em entre 7 e 10 milhões de libaneses e descendentes no país. Segundo informações do novo consulado honorário, há 300 mil libaneses e descendentes na região metropolitana de Campinas, representada pelo escritório.

A presença de libaneses em cargos públicos é um dos exemplos mais claros da influência dessa comunidade no Brasil. O ex-presidente Michel Temer — que participou da cerimônia de inauguração — é filho de libaneses do vilarejo de Btaaboura. Também tem essa origem levantina o próprio prefeito de Campinas, Dário Saadi, outro presente no evento. Há libaneses e descendentes em outras áreas, ademais. Por exemplo, os escritores Milton Hatoum e Raduan Nassar, a cantora Wanderléa, o ator Maurício Mattar e o jornalista Guga Chacra.

Os laços entre os dois países levaram o Brasil a oferecer ajuda ao Líbano depois que uma explosão devastou Beirute, no ano passado. Há planos, agora, de criar um fundo para brasileiros investirem no Líbano — que vive um dramático colapso econômico nestes últimos meses.

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Universidade lança clube de leitura dedicado à literatura árabe https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/21/universidade-lanca-clube-de-leitura-dedicado-a-literatura-arabe/ https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/2021/06/21/universidade-lanca-clube-de-leitura-dedicado-a-literatura-arabe/#respond Mon, 21 Jun 2021 13:40:11 +0000 https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/CEAI2-320x213.jpg https://orientalissimo.blogfolha.uol.com.br/?p=6212 A UFS (Universidade Federal de Sergipe) estreia em julho um clube de leitura dedicado à literatura árabe – se não o único, ao menos um dos poucos do tipo no Brasil. O projeto faz parte do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos, inaugurado no fim de 2019. O clube vai se reunir uma vez por mês na internet para conversar sobre a obra escolhida. A participação é gratuita, mas é preciso fazer a inscrição previamente.

Segundo a Agência de Notícias Brasil – Árabe, o ciclo de violência recente em Jerusalém e na faixa de Gaza foi um dos catalisadores do projeto. “Sentimos a necessidade de falar de formas diversas sobre o que acontece no Oriente Médio, fugir da efemeridade superficial com que os grandes meios de comunicação abordam a Palestina e os países árabes”, disse à agência Marianne Gennari, uma das criadoras do clube.

No primeiro encontro, o grupo vai discutir a coletânea de contos “Beirute Noir”, da libanesa Iman Humaydan. Os participantes terão desconto na compra do livro, graças a uma parceria entre o clube de leitura e a editora Tabla. Já para a segunda reunião a obra escolhida é “O Sussurro das Estrelas”, do egípcio Naguib Mahfouz, publicado no Brasil pela editora Carambaia. Mahfouz é o único autor de língua árabe a ter recebido um Nobel de Literatura. No futuro, o clube vai também conversar sobre a literatura que foi escrita por árabes na diáspora.

O clube de leitura da universidade sergipana coincide com um excelente momento para a literatura árabe no Brasil. Como recentemente expliquei na revista Quatro Cinco Um, nunca se traduziu tanto do árabe para o português. Isso é em parte resultado do surgimento de um grupo de tradutores na USP capitaneados pela professora Safa Jubran, além de uma editora especializada, a Tabla.

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